domingo, agosto 02, 2020

Resenha: My Wife is Wagatsuma-san

Sei lá porque resolvi me aventurar a ler mangá... Acho que o que me atraiu neste foi a descrição: "Um dia, um aluno secundarista mediano, Aoshima, acorda dez anos no futuro e está casado com a menina mais bonita da escola -  Wagatsuma-san! No presente são apenas colegas de classe, como será que ele termina com a inalcançável  Wagatsuma-san?!".  Com roteiro de  Yuu Kuraishi e desenho de Keishi Nishikida, foi publicado originalmente de 2011 a 2014 e está disponível em formato digital (em 13 volumes) no Comixology.

Os treze volumes


Aviso: SPOOILERS!!!

Aoshima tem a capacidade (não controlada) de ir por alguns instantes ao futuro (dez anos a frente). Logo ele percebe que o futuro não está fixo, muda conforme as decisões dele. A trama principal, portanto, é ele tentar viabilizar o futuro em que está casado com Wagatsuma-san. Ou deveria ser, um dos problemas que eu achei são os desvios desta trama.

Antes de falar nos problemas, preciso admitir que não gostei muito de mangá, e não estou falando de ler da direita para a esquerda (embora eu ainda me confunda em seguir quando a diagramação não é simples). As caretas dos personagens e as referências constantes à cultura pop japonesa (algo que creio ser mais desta obra do que de mangá em geral) não são do meu agrado.

Um grande problema com "My Wife is Wagatsuma-san" é a falta de evolução dos personagens principais:
  • A expectativa do protagonista Aoshima Hitoshi ir amadurecendo e demonstrando porque Wagatsuma se apaixona por ele é frustrada. Embora ele tenha alguns bons momentos, nos últimos volumes continua se comportando como um idiota.
  • Wagatsuma-san é o esteriótipo da mulher perfeita: linda, inteligente e ótima nos esportes. São poucos os momentos em que se mostra um pouco humana.
  • Os amigos de Aoshima são, na maior parte do tempo, simples alívio cômico. Alguns deles são bastante pervertidos. E diversas vezes cruéis com Aoshima (inclusive no final).
  • Shimotsuma Sylvia é a colega meio holandesa que está casada com Aoshima em um dos futuros alternativos (mas para mim ela pareceu mais uma verdadeira amiga). Infelizmente ela fica relegada a segundo plano no terço final da série, pois é um dos personagens mais interessantes.
  • Ran Itou é uma colega tímida e também aparece casada com Aoshima no futuro. É a única personagem que realmente evolui e que fala expressamente que ama Aoshima. Confesso que (mesmo sabendo ser inútil) torci por ela.
A evolução da trama em si é outro problema. Após o teço inicial a história se desvia por arcos sem sentido e sem consequência. O arco sobre a professora sexy foi (para mim) bastante desconfortável...

A série tem bastante humor, mas nem sempre ele funcionou comigo já que grande parte é baseada em cultura pop japonesa (que obrigou o tradutor a colocar uma série de anotações).

E, de repente, chegamos ao final. Parece que num certo momento o autor se cansou e decidiu "vou terminar isso aqui já e de qualquer forma" (hum, talvez tenha sido isso mesmo). O professor Fumiu Seki, introduzido na parte final, é enervante e inconsistente: bonzinho com todo mundo menos com Aoshima. E, após acompanhar Aoshima por tanto tempo, esperava mais que um final aberto.

A arte é, quase sempre, muito boa. Algumas cenas externas são bem ricas em detalhes. Irrita um pouco que em algumas cenas os rotos dos "figurantes" não é desenhado (outra coisa típica de mangá?).

Veredito: Frustrante.

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