How To Solve It é um livro clássico e um exemplo de algo que tem me interessado nos últimos tempos. Na falta de um nome melhor, eu chamaria de "meta-educação": o estudo de como aprender. Olhando para os meus tempos de escola, vejo que as aulas se concentravam em "despejar matéria" e pouco falavam sobre as técnicas de estudo em si.
George Pólia, o autor de How To Solve It, foi um grande matemático mas, me arrisco a dizer, mais importante do sua contribuições para teoria dos números, combinatória, análise numérica e probabilidade foi o seu trabalho no ensino da matemática.
Muitos alunos sofrem nas aulas de matemática com problemas e demonstrações, mesmo tendo aprendido os termos, entendido as explicações e decorado as fórmulas. Mesmo tendo sofrido menos que muitos dos meus colegas, eu percebo hoje que as minhas resoluções foi guiadas principalmente por instinto. Não me vinha na cabeça a ideia de que as formas de resolução de problemas pudessem ser sistematizadas, documentadas e aprendidas.
E é justamente isso que Polya faz neste livro.
A primeira parte, "In the Classroom", é uma visão geral do processo de solução de problemas, destacando as tarefas de professor e aluno e apresentando as quatro fases do processo: entender o problema, criar um plano, executar o plano e revisar o resultado.
A segunda parte, "How To Solve It", é um exemplo do processo em funcionamento e é bastante curta.
A maior parte do livro é a terceira, com o enigmático título "Short Dictionary of Heuristic". É nela que são apresentadas as várias técnicas de solução, em ordem alfabética pelo nome que ele deu a elas. É um formato um pouco estranho, mas a informação apresentada é excelente. Aqui estão documentadas as coisas que já estamos acostumados a fazer de modo instintivo e coisas que nunca tínhamos percebido ou pensado.
Por último a quarta parte é uma coleção de problemas, alguns simples outros muito complexos, para colocar em prática o que foi visto anteriormente. Se você não estiver conseguindo avançar, existem algumas dicas e solução completa.
A prosa do livro tem um estilo curioso (lembrando que li em inglês), um tom meio professoral mas não intimidador. Para acompanhar os exemplos e resolver os problemas no final a matemática do primeiro grau é suficiente.
Veredito: Indispensável. Devia ser estudo obrigatório no ginásio.
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