Uma das informações curiosas fornecidas pelo StatCounter é o "Come From" que mostra a página anterior. Tipicamente é uma consulta ao Google, o divertido é ver o que foi procurado e qual o ranking da minha página nos resultados.
Um fato surpreendente foi ver que apareci no topo* para a busca de testes dos setes erros que aparecem diabos . Não é tão bacana quanto ser o especialista em placenta baixa, mas deu para dar algumas risadas.
* Como tudo na Web, isto é temporário. Provavelmente esta página vai mudar o resultado.
terça-feira, novembro 21, 2006
quinta-feira, novembro 16, 2006
O Longo Adeus ao Symbol Palm Terminal
Já esperada há alguns anos, saiu finalmente a notícia do encerramento da fabricação e venda da família SPT. Ainda tenho as pastas que eu montei em 1998, quando foi anunciado o SPT-1500 e tomei contato com a plataforma Palm. De lá até uns dois anos atrás, muito do meu trabalho envolvia esta plataforma. Aliás, foi só eu começar a escrever este post para vendermos mais umas cópias de um software feito para o SPT.
A Família SPT
A Symbol é um dos principais fabricantes de leitores de código de barras (scanners) e coletores portáteis de dados. Em 98 ela teve a idéia de criar um coletor baseado no recem lançado Palm III, que estava finalmente criando a categoria de Personal Digital Assistent (PDA), após alguns fracassos notáveis como o Newton da Apple.
O SPT-1500 consistia no hardware do Palm III (a mesma placa) acrescentado de um leitor de código de barras. Embora as características de hardware pareçam modestas nos dias de hoje (processador de 16 bits operando a 8MHz, 2MBytes de Ram, baterias não recarregáveis) o SPT-1500 possuia desempenho suficiente e um bom leitor de código de barras para aplicações de coletas de dados em um formato pequeno e leve e por um preço baixo (para o mercado de coletores de dados). A principal restrição do SPT-1500 era a baixa robustez; a solução da Symbol foi uma capa de borracha especial. O SPT-1500 era atraente principalmente para os mercados mais sensíveis a preço, como o brasileiro.
No ano seguinte foi lançado o SPT-1700, que era um reprojeto do hardware para obter a robustez esperada de um coletor (resistência a quedas de até 1,2m e operação de -20 a 50 graus C). Além disso, a linha SPT-17xx incluia modelos com rádio padrão 802.11 e CDPD.
Alguns anos mais tarde o SPT-1500 e os SPT-17xx foram substituídos pelos SPT-1550 e SPT-18xx, que utilizam processadores um pouco mais rápidos e uma versão mais recente do PalmOS
A Ascenção e Queda da Plataforma Palm
Após uma tentativa mal-sucedida em conjunto com a Casio, a Palm Computing lançou em 96 os primeiros modelos, chamados de Pilot 500 e Pilot 1000. No ano seguinte foram lançados o PalmPilot Personal e o PalmPilot Professional (que dispunha de um stack TCP/IP para uso com modem). Em 98 foi lançado o Palm III (as mudanças no nome se devem a um processo da empresa Pilot que fabrica canetas).
O Palm III acrescentou uma interface infra-vermelha e foi um grande sucesso. Os motivos principais foram o formato, a resposta rápida, uma grande facilidade de operação, um reconhecimento de escrita confiável, um esquema de sincronismo com PC quase que transparente, uma imensa autonomia com baterias palito e um imensa quantidade de softwares.
A plataforma Palm usa o seu próprio sistema operacional, o PalmOS. O objetivo original era ter um sistema compacto e eficiente. Por exemplo, a função de leitura de arquivos (databases na terminologia da Palm) retorna um ponteiro para a posição da Ram onde o registro está e o código dos programas era executado diretamente na posição onde estava armazenado. A parte da memória onde ficam os databases é protegida pelo hardware, evitando que um ponteiro perdido os danifique. Aliás, o PalmOS era extremamente robusto e mensagens de erro e reset era raro para quem usava apenas as aplicações pré-instaladas (para quem desenvolvia era um pouco diferente, mas acho que nunca me ocorreu de perder um database). A maior parte das funções do PalmOS eram de manipulação da interface com o usuário. O núcleo em si do sistema foi licenciado de outra empresa. Embora este núcleo fosse multi-tarefa, o contrato impedia a Palm de expor para as aplicações as funções de manipulação de tarefas (ou seja, a aplicação era composta de uma única tarefa).
Uma das minhas surpresas ao aprender a programar para o PalmOS foi descobrir o que acontecia quando se chaveava de uma aplicação para outra: a aplicação anterior encerrava e a nova era executada. Cabia à aplicação salvar o seu contexto e restaurá-lo para dar uma experiência semelhante ao Alt Tab no Windows. Apesar disto, o chaveamento era muito rápido.
Do ponto de vista da interface com o usuário, a Palm sempre considerou que as soluções usadas no desktop não são apropriadas para os equipamentos portáteis, com telas pequenas e operados com uma caneta. Por exemplo, não existe o "duplo tap" e as aplicações (e a maioria das janelas) sempre ocupam toda a tela.
Tentando evitar a situação da Apple com o Mac, a Palm licenciou o PalmOS para outras empresas, como Sony, Samsung e Symbol. Estas empresas tinham grande liberdade para alterar a plataforma, criando produtos bastante diferenciados.
A Microsoft concorreu com a Palm desde quase o início, porém sua linha foi outra. Ao invés de um sistema compacto, investiu em um sistema mais completo que suportasse um subconjunto da API do Windows. A Microsoft especificou em detalhes a plataforma, não permitindo grandes variações entre os produtos. A primeira geração, chamada de Palm-sized PC, sofria para rodar em um processador RISC a 133MHz com 16M de Ram. Era comum você ver a tela se desenhar aos poucos. A bateria durava poucos dias. A interface com o operador tentava seguir o padrão do Windows no desktop (e até hoje se usa o "duplo tap").
Mais uma vez a Microsoft apostava suas fichas na Lei de Moore. Animada com o sucesso, a Palm acabou apostando contra. Por exemplo, a Microsoft adotou cedo as telas coloridas, a Palm insistia em que eram inúteis e que consumiam muita bateria. Em 2000 a Microsoft lançou o Pocket PC e encostou. Vieram depois o Pocket PC 2002 e o Windows Mobile. No lado do hardware veio o StrongArm e os 64M de Ram.
A Palm teve também uma história turbulenta como empresa. Antes de conseguir o sucesso com o Palm III os fundadores a venderam para a U.S. Robotics (por falta de recursos financeiros), que logo depois foi comprada pela 3Com. Embora tudo parecesse maravilhoso, os fundadores sairam da Palm para criar uma outra empresa, a Handspring, que licenciou o PalmOS e passou a competir com a Palm. Mais adiante a 3Com decidiu separar a Palm, que posteriormente se desmembrou em uma empresa de hardware e uma empresa de software (PalmSource). A empresa de hardware veio a se juntar à Handspring, com o nome de PalmOne.
Durante todas estas mudanças coorporativas, o PalmOS pouco avançou. O Palm III utilizava o PalmOS 3. A versão 4 tentou unificar os vários aperfeiçoamentos criados independentemente pelos licenciados. Pelo menos duas tentativas de criar um novo sistema fracassaram. A primeira não chegou a ser liberada e nenhuma equipamento foi produzido com a segunda. Pressionada pela falta de competitividade do processador original, a PalmSource seguiu o caminho do Mac e migrou para uma plataforma RISC emulando por software o processador original (com muito sucesso). Os equipamentos PalmOS atualmente em produção utilizam esta versão.
Finalmente, no final de 2005, a PalmSource foi comprada por uma empresa japonesa (Access). Algum tempo depois foi anunciado o fim do PalmOS como sistema operacional: os esforços agora para colocar a interface do PalmOS sobre um núcleo baseado no Linux. A PalmOne voltou a ser Palm e tem concentrado os novos desenvolvimentos em smartphones, inclusive modelos usando Windows CE.
É uma pena, pois a Palm era uma grande empresa, criou produtos inovadores e a concorrência com a Microsoft foi certamente benéfica para os usuários.
A Família SPT
A Symbol é um dos principais fabricantes de leitores de código de barras (scanners) e coletores portáteis de dados. Em 98 ela teve a idéia de criar um coletor baseado no recem lançado Palm III, que estava finalmente criando a categoria de Personal Digital Assistent (PDA), após alguns fracassos notáveis como o Newton da Apple.
O SPT-1500 consistia no hardware do Palm III (a mesma placa) acrescentado de um leitor de código de barras. Embora as características de hardware pareçam modestas nos dias de hoje (processador de 16 bits operando a 8MHz, 2MBytes de Ram, baterias não recarregáveis) o SPT-1500 possuia desempenho suficiente e um bom leitor de código de barras para aplicações de coletas de dados em um formato pequeno e leve e por um preço baixo (para o mercado de coletores de dados). A principal restrição do SPT-1500 era a baixa robustez; a solução da Symbol foi uma capa de borracha especial. O SPT-1500 era atraente principalmente para os mercados mais sensíveis a preço, como o brasileiro.
No ano seguinte foi lançado o SPT-1700, que era um reprojeto do hardware para obter a robustez esperada de um coletor (resistência a quedas de até 1,2m e operação de -20 a 50 graus C). Além disso, a linha SPT-17xx incluia modelos com rádio padrão 802.11 e CDPD.
Alguns anos mais tarde o SPT-1500 e os SPT-17xx foram substituídos pelos SPT-1550 e SPT-18xx, que utilizam processadores um pouco mais rápidos e uma versão mais recente do PalmOS
A Ascenção e Queda da Plataforma Palm
Após uma tentativa mal-sucedida em conjunto com a Casio, a Palm Computing lançou em 96 os primeiros modelos, chamados de Pilot 500 e Pilot 1000. No ano seguinte foram lançados o PalmPilot Personal e o PalmPilot Professional (que dispunha de um stack TCP/IP para uso com modem). Em 98 foi lançado o Palm III (as mudanças no nome se devem a um processo da empresa Pilot que fabrica canetas).
O Palm III acrescentou uma interface infra-vermelha e foi um grande sucesso. Os motivos principais foram o formato, a resposta rápida, uma grande facilidade de operação, um reconhecimento de escrita confiável, um esquema de sincronismo com PC quase que transparente, uma imensa autonomia com baterias palito e um imensa quantidade de softwares.
A plataforma Palm usa o seu próprio sistema operacional, o PalmOS. O objetivo original era ter um sistema compacto e eficiente. Por exemplo, a função de leitura de arquivos (databases na terminologia da Palm) retorna um ponteiro para a posição da Ram onde o registro está e o código dos programas era executado diretamente na posição onde estava armazenado. A parte da memória onde ficam os databases é protegida pelo hardware, evitando que um ponteiro perdido os danifique. Aliás, o PalmOS era extremamente robusto e mensagens de erro e reset era raro para quem usava apenas as aplicações pré-instaladas (para quem desenvolvia era um pouco diferente, mas acho que nunca me ocorreu de perder um database). A maior parte das funções do PalmOS eram de manipulação da interface com o usuário. O núcleo em si do sistema foi licenciado de outra empresa. Embora este núcleo fosse multi-tarefa, o contrato impedia a Palm de expor para as aplicações as funções de manipulação de tarefas (ou seja, a aplicação era composta de uma única tarefa).
Uma das minhas surpresas ao aprender a programar para o PalmOS foi descobrir o que acontecia quando se chaveava de uma aplicação para outra: a aplicação anterior encerrava e a nova era executada. Cabia à aplicação salvar o seu contexto e restaurá-lo para dar uma experiência semelhante ao Alt Tab no Windows. Apesar disto, o chaveamento era muito rápido.
Do ponto de vista da interface com o usuário, a Palm sempre considerou que as soluções usadas no desktop não são apropriadas para os equipamentos portáteis, com telas pequenas e operados com uma caneta. Por exemplo, não existe o "duplo tap" e as aplicações (e a maioria das janelas) sempre ocupam toda a tela.
Tentando evitar a situação da Apple com o Mac, a Palm licenciou o PalmOS para outras empresas, como Sony, Samsung e Symbol. Estas empresas tinham grande liberdade para alterar a plataforma, criando produtos bastante diferenciados.
A Microsoft concorreu com a Palm desde quase o início, porém sua linha foi outra. Ao invés de um sistema compacto, investiu em um sistema mais completo que suportasse um subconjunto da API do Windows. A Microsoft especificou em detalhes a plataforma, não permitindo grandes variações entre os produtos. A primeira geração, chamada de Palm-sized PC, sofria para rodar em um processador RISC a 133MHz com 16M de Ram. Era comum você ver a tela se desenhar aos poucos. A bateria durava poucos dias. A interface com o operador tentava seguir o padrão do Windows no desktop (e até hoje se usa o "duplo tap").
Mais uma vez a Microsoft apostava suas fichas na Lei de Moore. Animada com o sucesso, a Palm acabou apostando contra. Por exemplo, a Microsoft adotou cedo as telas coloridas, a Palm insistia em que eram inúteis e que consumiam muita bateria. Em 2000 a Microsoft lançou o Pocket PC e encostou. Vieram depois o Pocket PC 2002 e o Windows Mobile. No lado do hardware veio o StrongArm e os 64M de Ram.
A Palm teve também uma história turbulenta como empresa. Antes de conseguir o sucesso com o Palm III os fundadores a venderam para a U.S. Robotics (por falta de recursos financeiros), que logo depois foi comprada pela 3Com. Embora tudo parecesse maravilhoso, os fundadores sairam da Palm para criar uma outra empresa, a Handspring, que licenciou o PalmOS e passou a competir com a Palm. Mais adiante a 3Com decidiu separar a Palm, que posteriormente se desmembrou em uma empresa de hardware e uma empresa de software (PalmSource). A empresa de hardware veio a se juntar à Handspring, com o nome de PalmOne.
Durante todas estas mudanças coorporativas, o PalmOS pouco avançou. O Palm III utilizava o PalmOS 3. A versão 4 tentou unificar os vários aperfeiçoamentos criados independentemente pelos licenciados. Pelo menos duas tentativas de criar um novo sistema fracassaram. A primeira não chegou a ser liberada e nenhuma equipamento foi produzido com a segunda. Pressionada pela falta de competitividade do processador original, a PalmSource seguiu o caminho do Mac e migrou para uma plataforma RISC emulando por software o processador original (com muito sucesso). Os equipamentos PalmOS atualmente em produção utilizam esta versão.
Finalmente, no final de 2005, a PalmSource foi comprada por uma empresa japonesa (Access). Algum tempo depois foi anunciado o fim do PalmOS como sistema operacional: os esforços agora para colocar a interface do PalmOS sobre um núcleo baseado no Linux. A PalmOne voltou a ser Palm e tem concentrado os novos desenvolvimentos em smartphones, inclusive modelos usando Windows CE.
É uma pena, pois a Palm era uma grande empresa, criou produtos inovadores e a concorrência com a Microsoft foi certamente benéfica para os usuários.
quarta-feira, novembro 08, 2006
Adventure - Parte I
Neste post vou começar a falar sobre um tipo de jogo que aprecio muito: Adventure. Este tipo de jogo é às vezes chamado de Ficção Interativa, pois o objetivo principal é contar uma história de forma interativa, com o jogador controlando um personagem.
Ao longo do post menciono varios sites onde alguns jogos podem ser baixados legalmente.
Colossal Cave Adventure - A Aventura Original
O primeiro jogo deste tipo foi criado em Fortran, em um minicomputador PDP. A história completa de porque e como este jogo foi criado pode ser encontrada aqui.
O formato usado foi o padrão por muito tempo. A interface é toda em texto, com o jogador digitando comandos, tipicamente na forma
A Aventura Original foi migrada, adaptada, re-escrita e aperfeiçoada diversas vezes. Até mesmo a Microsoft chegou a comercializar uma versão, na época do lançamento do IBM PC. Uma adaptação direta da original, em Fortran, pode ser baixada daqui. Donald Knuth escreveu uma adaptação em C, usando um sistema de documentação a partir do fonte desenvolvida por ele; ela pode ser baixada aqui.
Adventure International - A Aventura Chega aos Micros Pessoais
Scott Adams (não confundir com o homônimo que é o autor do Dilbert) foi quem primeiro transportou este tipo de jogo para os micros pessoais. Para colocar o jogo em micros com 16K de memória (e que usavam fita cassete para armazenamento), Scott usou descrições curtas, limitou o vocabulário e, mais importante, criou um interpretador de aventuras. A aventura propriamente dita eram os dados processados pelo interpretador. Por exemplo, existiam as listas de verbos e objetos. Uma tabela relacionava combinações de verbos, objetos e condições com ações a serem executadas. Por exemplo, se o jogador digitar ACENDER FOSFORO e a DINAMITE estiver na sala atual deve ser executa da ação "perde o jogo".
No site do Scott Adams exitem links para baixar as aventuras que ele comercializou. Uma delas é a Pirate Adventure, cujo código foi publicado na revista Byte e eu penei para converter em Cobol e rodar no computador a que eu tinha acesso.
Para quem for fluente em inglês, tem uma entrevista do Scott Adams para baixar em MP3 aqui. Particularmente divertida é a parte em que ele joga uma aventura com a plateia.
Infocom - O Auge da Aventura em Texto
Pode ser surpresa, mas uma das principais empresas de jogos no começo dos micros pessoais desenvolvia apenas aventuras em texto. A história completa pode ser vista aqui e aqui. Basicamente foi um bando de amigos que pretendiam fazer um software "sério" mas que como primeiro produto resolveram lançar um jogo que tinham feito na faculdade - assim surgiu o Zork (mais especificamente Zork I, Zork II e Zork III, pois o jogo teve que ser quebrado para caber nos micros).
Os jogos da Infocom se caracterizavam por descrições longas e caprichadas e uma grande capacidade de interpretar os comandos do jogador. No lugar de
Uma outra característica dos jogos da Infocom foram as embalagens e complementos sofisticados. Além de ajudarem na imersão no jogo, isto dificultava e tornava menos atraente a pirataria.
Os jogos Zork I, II e III podem ser baixados aqui.
Os Fãs das Aventuras de Texto
Embora as aventuras de texto não sejam mais comercializadas, ainda existem algumas legiões de fãs na Internet. Entre as suas criações, existem ambientes para desenvolvimento de aventuras, como o Inform, e interpretadores para formatos populares como a Z-Machine e o usado por Scott Adams.
Existe até um concurso anual. Entretanto, a regra do concurso é que o jogo deve ser avaliado após jogar por duas horas, portanto são normalmente jogos curtos.
As Aventuras Ilustradas
Um recurso que surgiu bem cedo foi substituir as descrições dos locais por imagens estáticas. A Sierra (vamos falar mais sobre ela) fez várias aventuras assim para o Apple II.
Mesmo no tempo dos PCs com placas EGA e Soundblaster ainda existiam aventuras deste tipo. Uma delas é Gateway, baseada no livro de ficção científica de mesmo nome. A versão que eu tenho em casa foi baixada do site da editora (Legend Entertainment), onde o jogo estava disponível gratuitamente para download para promover a venda de uma coletânea de jogos antigos. Infelizmente, a Legend fechou e portanto o site não existe mais. O jogo pode ser encontrado em sites de Abandonware, porém a legalidade destes downloads é discutível.
Gerenciamento de Memória - Bibliografia
Aqui está a lista dos livros que consultei ao escrever os posts sobre Gerenciamento de Memória. São todos livros antigos e em inglês.
Gates - Stephen Manes e Paul Andrews - Ed Touchstone 1994
Biografia de William Henry Gates III, conhecido por todos como Bill Gates. Um livro fascinante de onde extraí não somente detalhes históricos mas também alguns detalhes técnicos. Ainda disponível na Amazon.
The 80386/387 Architecture - Stephen Morse, Eric Isaacson e Douglas Albert - Ed Wiley, 1987
Uma descrição completa do processador 386 e do co-processador 387. A Ed Campus publicou uma tradução em 1989 (o tardutor foi um tal de Daniel Quadros...)
DOS 6 A Developer's Guide - Al Williams - M&T Books, 1993
Um livro incrivelmente completo sobre o DOS, da época em que o DOS estava chegando ao final. Inclui até os fontes de um pequeno DOS Extender.
Programming Windows 3.1 - Charles Petzold - Microsoft Press, 1992
Nos tempos do Windows 16 bits, se você queria programar para Windows, tinha que ler os livros do Petzold.
Advanced Windows Third Edition - Jeffrey Richter - Microsoft Press, 1997
O complemento perfeito para os livros do Petzold sobre Win32, foca em Processos, Memória e I/O.
Gates - Stephen Manes e Paul Andrews - Ed Touchstone 1994
Biografia de William Henry Gates III, conhecido por todos como Bill Gates. Um livro fascinante de onde extraí não somente detalhes históricos mas também alguns detalhes técnicos. Ainda disponível na Amazon.
The 80386/387 Architecture - Stephen Morse, Eric Isaacson e Douglas Albert - Ed Wiley, 1987
Uma descrição completa do processador 386 e do co-processador 387. A Ed Campus publicou uma tradução em 1989 (o tardutor foi um tal de Daniel Quadros...)
DOS 6 A Developer's Guide - Al Williams - M&T Books, 1993
Um livro incrivelmente completo sobre o DOS, da época em que o DOS estava chegando ao final. Inclui até os fontes de um pequeno DOS Extender.
Programming Windows 3.1 - Charles Petzold - Microsoft Press, 1992
Nos tempos do Windows 16 bits, se você queria programar para Windows, tinha que ler os livros do Petzold.
Advanced Windows Third Edition - Jeffrey Richter - Microsoft Press, 1997
O complemento perfeito para os livros do Petzold sobre Win32, foca em Processos, Memória e I/O.
segunda-feira, novembro 06, 2006
DVD: Rick Wakeman The Legend (Live in Concert 2000)
Como já mencionei alguma vez, sou fã do chamado "rock progressivo". Minha juventude foi particularmente marcada pelas obras de Rick Wakeman. Além de gostar das músicas, tinha a vantagem de não expulsar o meu pai da sala :)
Dando uma olhada nas prateleiras de uma Livraria Saraiva, encontrei o DVD "Rick Wakeman The Legend" e acabei comprando. Já tinha outros DVDs dele, mas este tem algumas diferenças:
O DVD inclui ainda mais algumas músicas gravadas em estúdio, somente em audio.
É o melhor de tudo é que o preço é razoável (paguei R$19,90 na loja, na internet está por R$18,90 mais o frete).
Dando uma olhada nas prateleiras de uma Livraria Saraiva, encontrei o DVD "Rick Wakeman The Legend" e acabei comprando. Já tinha outros DVDs dele, mas este tem algumas diferenças:
- é um show solo, sem acompanhamento de banda (na maioria das músicas tem um discreto acompanhamento em playback);
- embora o palco tenha vários teclados, ele se concentra em apenas um ou dois em cada música e evita os sons mais radicais (desta vez não usa o minimoog);
- o repertório é bastante variado, incluindo alguns sucessos óbvios (extraído de As Seis Esposas de Henrique VIII, Viagem ao Centro da Terra e Mitos e Lendas do Rei Arthur), algumas músicas do Yes e algumas peças clássicas (Cannon in D e Clair de Lune); e
- além das músicas, inclui algumas das famosas histórias que ele costuma contar durante o show. A da única vez em que ele esteve bêbado no palco é impagável!
O DVD inclui ainda mais algumas músicas gravadas em estúdio, somente em audio.
É o melhor de tudo é que o preço é razoável (paguei R$19,90 na loja, na internet está por R$18,90 mais o frete).
Gerenciamento de Memória - Windows 32 bits
Como vimos na parte anterior, a versão 3 do Windows 16 bits finalmente levou os programas ao modo protegido dos processadores x86. Não era, porém, a única opção que a Microsoft fornecia para isto: existia também o OS/2, um gigantesco projeto conjunto com a IBM.
O desenvolvimento do OS/2 foi marcado principalmente pelas diferenças entre a Microsoft e a IBM, em termos de concepção do produto e forma de trabalhar. Esta tensão chegou ao limite após o lançamento da versão 3 do Windows, o que levou a uma separação entre as duas empresas. Esta separação deixou com a Microsoft o que a IBM chamava OS/2 3.0.
Este projeto, iniciado em 1988, era comandado por David Cutler (que tinha larga experiência no projeto de sistemas operacionais adquirida na DEC) sob o nome de NT - New Technoly. No começo de 1991, era anunciado o desenvolvimento do Windows NT e a expansão da interface de programação do Windows de 16 para 32 bits - o Win32. O Windows NT só veio a ser lançado na metade de 93 e teve um aceitação lenta (em parte por exigir a extravagância de 16 Megabytes de Ram, numa das raras ocasiões em que o preço da memória estava subindo ao invés de descer).
Uma das características do NT era a independência do processador utilizado, inicialmente o NT estava disponível não somente para o x86 mas também para processadores RISC como MIPS, Alpha e POWER. Isto influenciou algumas decisões na parte de gerenciamento de memória.
Enquanto que o Windows NT foi escrito praticamente a partir do zero, uma outra implementação do Win32 foi feita a partir do Windows 16 bits, criando o Windows 95.
Para tentar ajudar a migração aos 32 bits, existia uma "adaptação técnica" que implementava um subconjunto do Win32 sobre o Windows 16 bits - o chamado Win32s. Para os fins deste post vamos ignorar o Win32s.
O Mapa da Memória
No Win32 os recursos de gerenciamento de memória do processador são usados para dar a cada processo o seu próprio espaço de endereçamento com 4GB (é claro que a maior parte desde espaço normalmente não tem memória física associada).
No Windows 9x (95, 98 e Me), os 4GB são divididos da seguinte forma:
No Windows NT (e 2000 e XP), os 4GB são divididos um pouco diferente:
Usando o Espaço de Endereçamento
Quando um processo é criado, a maior parte do seu espaço de endereçamento é marcada como livre. Uma tentativa de acessar um destes endereços causará um erro.
O primeiro passo apra usar a memória é alocar uma região usando a função VirtualAlloc. A alocação não associa memória física à região, apenas a marca como em uso. O endereço inicial da região deve ser múltiplo da granularidade de alocação (64KB) e o tamanho deve ser múltiplo do tamanho da página do mecanismo de memória virtual (o que varia conforme o processador). A função VirtualFree libera uma região.
O passo seguinte é associar memória às páginas da região (commit). O Commit é controlado no nível de página, portanto não é necessário associar todas as páginas da região de uma só vez. O commit é feito também pela VirtualAlloc; VirtualFree pode ser usada para cancelar o commit liberando a memória. A memória associda não corresponde necessáriamente a RAM física, o Win32 utiliza os recursos de memória virtual do processador para controlar a movimentação das páginas entre a Ram e o disco (arquivo de paginação), simulando uma memória Ram maior que a real se necessário.
Arquivos Mapeados na Memória
O mesmo recurso que é usado para simular uma memória Ram maior que a real, através da movimentação de páginas entre a Ram e o arquivo de paginação pode ser usado com arquivos comuns.
O resultado são arquivos mapeados em memória: do ponto de vista do programador é como se todo o arquivo tivesse sido carregado para a memória, ficando acessível via ponteiros ao invés de funções de acesso a arquivo. Isto é usado no Win32 de três formas principais:
O desenvolvimento do OS/2 foi marcado principalmente pelas diferenças entre a Microsoft e a IBM, em termos de concepção do produto e forma de trabalhar. Esta tensão chegou ao limite após o lançamento da versão 3 do Windows, o que levou a uma separação entre as duas empresas. Esta separação deixou com a Microsoft o que a IBM chamava OS/2 3.0.
Este projeto, iniciado em 1988, era comandado por David Cutler (que tinha larga experiência no projeto de sistemas operacionais adquirida na DEC) sob o nome de NT - New Technoly. No começo de 1991, era anunciado o desenvolvimento do Windows NT e a expansão da interface de programação do Windows de 16 para 32 bits - o Win32. O Windows NT só veio a ser lançado na metade de 93 e teve um aceitação lenta (em parte por exigir a extravagância de 16 Megabytes de Ram, numa das raras ocasiões em que o preço da memória estava subindo ao invés de descer).
Uma das características do NT era a independência do processador utilizado, inicialmente o NT estava disponível não somente para o x86 mas também para processadores RISC como MIPS, Alpha e POWER. Isto influenciou algumas decisões na parte de gerenciamento de memória.
Enquanto que o Windows NT foi escrito praticamente a partir do zero, uma outra implementação do Win32 foi feita a partir do Windows 16 bits, criando o Windows 95.
Para tentar ajudar a migração aos 32 bits, existia uma "adaptação técnica" que implementava um subconjunto do Win32 sobre o Windows 16 bits - o chamado Win32s. Para os fins deste post vamos ignorar o Win32s.
O Mapa da Memória
No Win32 os recursos de gerenciamento de memória do processador são usados para dar a cada processo o seu próprio espaço de endereçamento com 4GB (é claro que a maior parte desde espaço normalmente não tem memória física associada).
No Windows 9x (95, 98 e Me), os 4GB são divididos da seguinte forma:
- os primeiros 4M (endereços 0x00000000 a 0x003FFFFF) são reservados para o sistema operacional (DOS e Windows 16 bits) e não devem ser acessados pelas aplicações (porém apenas os primeiros 4K estão protegidos)
- os bytes seguintes até a metade do espaço de endereçamento (0x00400000 a 0x7FFFFFFF) estão diponíveis para o processo. Esta memória é privada ao processo; outros processos não podem acesssá-la.
- em seguida existe 1G (de 0x80000000 a 0xBFFFFFFF) de endereçamento compartilhado por todos os processos. É nesta região que são colocados os arquivos mapeados em memória e DLLs compartilhadas.
- O último gigabyte (0xC0000000 a 0xFFFFFFFF) contém o sistema operacional e não deve ser acessado pelas aplicações (porém não está protegido e é compartilhado por todos os processos)
No Windows NT (e 2000 e XP), os 4GB são divididos um pouco diferente:
- os primeiros 64K (0x00000000 a 0x0000FFFF) são inacessíveis, para facilitar a detecção de ponteiros inválidos (tipicamente com NULL).
- de 0x00010000 a 0x7FFEFFFF (2G - 128K) fica a região privada do processo. Ela é usada para o código e dados do processo, os arquivos mapeados em memória e as DLLs.
- os 64K no final da primeira metade (0x7FFF0000 a 0x7FFFFFFF) são inacessíveis, para facilitar a detecção de ponteiros inválidos.
- os dois últimos gigabytes (0x80000000 a 0xFFFFFFFF) contém o sistema operacional e não podem ser acessados pela aplicação.
Usando o Espaço de Endereçamento
Quando um processo é criado, a maior parte do seu espaço de endereçamento é marcada como livre. Uma tentativa de acessar um destes endereços causará um erro.
O primeiro passo apra usar a memória é alocar uma região usando a função VirtualAlloc. A alocação não associa memória física à região, apenas a marca como em uso. O endereço inicial da região deve ser múltiplo da granularidade de alocação (64KB) e o tamanho deve ser múltiplo do tamanho da página do mecanismo de memória virtual (o que varia conforme o processador). A função VirtualFree libera uma região.
O passo seguinte é associar memória às páginas da região (commit). O Commit é controlado no nível de página, portanto não é necessário associar todas as páginas da região de uma só vez. O commit é feito também pela VirtualAlloc; VirtualFree pode ser usada para cancelar o commit liberando a memória. A memória associda não corresponde necessáriamente a RAM física, o Win32 utiliza os recursos de memória virtual do processador para controlar a movimentação das páginas entre a Ram e o disco (arquivo de paginação), simulando uma memória Ram maior que a real se necessário.
Arquivos Mapeados na Memória
O mesmo recurso que é usado para simular uma memória Ram maior que a real, através da movimentação de páginas entre a Ram e o arquivo de paginação pode ser usado com arquivos comuns.
O resultado são arquivos mapeados em memória: do ponto de vista do programador é como se todo o arquivo tivesse sido carregado para a memória, ficando acessível via ponteiros ao invés de funções de acesso a arquivo. Isto é usado no Win32 de três formas principais:
- para carregar e executar arquivos EXE e DLL. Desta forma a paginação do código é feita diretamente entre a Ram e o arquivo original, não envolvendo o arquivo de paginação.
- para simplificar o acesso a dados em um arquivo. O programa manipula o arquivo através de ponteiros sem precisar se preocupar em chamar as funções de acesso a arquivo ou gerenciar buffers de leitura e escrita.
- como forma de compartilhamento de dados e inter-comunicação entre processos rodando em uma máquina. Dois ou mais processos podem mapear em memória o mesmo arquivo, desta forma as alterações feitas por um são visíveis a todos.
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