quinta-feira, junho 18, 2020

Memórias dos Anos 70: Entrando no Colegial

Em 1973 eu estava na 8a série e uma mudança se aproximava: a passagem do ginásio para o colegial. Embora o Oswaldo Aranha tivesse ginásio e colégio, não era apenas uma questão de mudança de prédio.

Foto divulgação [Documentário “Vocacional, uma aventura humana”, direção de Toni Venturi]
O prédio do colegial fica à direita, a estrutura à esquerda é a quadra coberta.


Do ponto de vista psicológico, a passagem para o colegial marca para muitos o começo da preocupação com a faculdade, carreira e a vida adulta. Muitos colegas abandonaram o Oswaldo Aranha (onde o experimentalismo proibido era substituído pelo declínio) por colégios particulares que acreditavam (com boa razão) os preparariam melhor para o vestibular. Do ponto de vista prático, a passagem para o colegial envolvia um exame.

O resultado foi que em 1974 a maioria dos meus colegas eram novos, alguns vindos do turno da tarde e outros de outras escolas. O exame tinha sido razoavelmente concorrido e alguns alunos do ginásio foram parar no período do noite, mas vários conseguiram passar para o diurno depois de algumas semanas.

O primeiro e segundos anos do colegial eram comum para todos, mas o terceiro separava em algo como "humanas e exatas". No meu caso, no terceiro ano a minha sala tinha os queriam ser engenheiros (todos homens) e os queriam ser arquitetos (a maioria mulheres). Era turma bastante unida e divertida.

O colegial trouxe uma série de matérias diferentes. No primeiro ano, sociologia, psicologia e biologia. No segundo, filosofia e mais biologia. No terceiro, desenho geométrico (é o que diz o meu boletim, mas não lembro destas aulas). Além disso, nos três anos teve português, matemática, inglês, física, química e educação física.

Estas últimas aliás, não costumavam ser muito divertidas... E não estou falando apenas do fato de eu não ter aptidão. Os professores achavam que os alunos já jogavam demais futebol por conta própria e preferiam concentrar as atividades com bola em esportes como vôlei e basquete, que exigem uma razoável técnica. E a escola tinha somente uma quadra que merecia este nome (a "quadra coberta"). A quadra dois era um cimentado, a quadra três era um cimentado ruim e a quadra quatro era um canto qualquer da escola (como o "pátio" do prédio do colegial, cheio de colunas e com uma borda em uma escadaria ingrime).

Não era só na educação física que a escola era limitada em infraestrutura. Aqui é preciso contar sobre o professor de biologia, mas ele merece um post próprio, que será o próximo.

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