domingo, junho 07, 2020

Crítica: Mickey Mouse vol 11 - Mickey vs Mickey

Estamos nos aproximando no fim da coleção.... Após as histórias no próximo volume as tiras diárias do Mickey passariam a ter uma piada por dia e a Fantagraphics não pretende republicá-las. Neste penúltimo volume continuamos tendo a excelente arte de Floyd Gottfredson. Já os roteiros de Bill Wash mantém as loucuras tradicionais ,mas perdem o brilho e acabam reciclando ideias anteriores.



De um início rebelde e rural, Mickey foi passando por um processo de acomodação, se tornou um responsável morador do subúrbio e se virou quase um coadjuvante com a introdução do Eega Beeva. Com o adeus de Eega no volume anterior, Mickey sofre uma crise final de identidade.

Dry Gulch Goofy

Eis que o Pateta volta a ser o companheiro de Mickey nas aventuras. E praticamente rouba as cenas, dada a passividade de Mickey. A trama é boba: Pateta vira um astro de cinema e vai para Hollywood com o Mickey. É claro que o sucesso vai subir à cabeça dele. Algumas poucas gags boas, num clima de crítica aos astros de cinema.

The Ghost of Black Brian

Fantasmas já apareceram uma história anterior (muito melhor) de Gootfredson (na derradeira aparição de Donald nas tiras do Mickey). É claro que com Wash os fantasmas são reais. A trama cambaleia e vai tropeçando até um final bobo.

Uncle Wombat's Tock-Tock Time Machine

Pateta vai viajar e deixa o Mickey cuidando de um tio que seria o mais tonto da família. Mas na história o que aparece é o lado inventor deste tio, que cria uma máquina do tempo e leva Mickey para histórias bobas no passado e surreais no futuro.

The Midas Ring

Mickey ganha um anel e não consegue parar de ganhar dinheiro. E aí surge Miss Krisp, a eficiente secretária pessoal, que afasta Mickey dos seus amigos. Uma crítica às mulheres empoderadas que surgiram no pós-guerra?

Isle of Moola-la

Mickey parte em busca das pérolas negras da ilha de Moola-la para pagar a dívida com o imposto de renda que contraiu na aventura anterior. A história começa com algumas gags divertidas e aí Mickey encontrar um companheiro de viagem: esquisito, capaz de dormir no ar, com um animal de estimação super inteligente... Parece a mesma descrição do Eega Beeva, certo? Daí para frente o roteiro vai ficando mais incerto e alucinado.

Hoosat From Another Planet

Mickey e Pateta saem para procurar urânio e acabam achando um local cheio de homens mecânicos. O misterioso chefe decide eliminá-los, mas a filha dele (a Hoosat do título) se apaixona pelo Pateta. Quem rouba a cena é Ohm-eye, o robot que diz não ter sentimentos mas tem mais iniciativa que o Mickey,

Mickey's Dangerous Double

A principal história do volume, onde Mickey se vê às voltas com um sósia que realiza uma série de roubos e o incrimina. Aqui, finamente, Mickey mostra alguma iniciativa. O sósia foge no final, prometendo uma volta que nunca aconteceu nas tiras.

Bonus: The Seven Dupes

Como mencionei nas críticas dos outros volumes, esta coleção é rica em material extra: artigos, capas de versão estrangeiras e algumas histórias mais recentes. Normalmente não sou muito fã das histórias italianas que retomam tramas antigas da Disney, mas esta me pareceu muito boa (talvez pela baixa qualidade do resto do volume).

Veredito: Só recomendado para colecionadores.

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