domingo, julho 25, 2010

Resenha: Mister Sun (Modesty Blaise vol 2)

Como disse na resenha do volume 1, era só uma questão de tempo até comprar e ler o volume 2, Mister Sun.



A introdução do livro fala no "fenômeno Modesty Blaise", que rapidamente saiu das tirinhas e foi parar em livros e filmes. Na entrevista que segue a introdução, Peter O'Donnell fala em como menos de um ano após a estreia da tira já recebia propostas por uma opção para um filme. Ouvindo falar nisto, foi a vez das editoras ir atrás dele, pedindo para comprar os direitos autorais dos livros e se oferecendo para providenciar um "escritor de verdade" para eles. O' Donnel deixa claro, com a experiência de quem viria a escrever livros e roteiros para filmes e para séries de TV, que escrever para os quadrinhos era mais difícil. Em primeiro lugar, a história tinha que ser contada em pedacinhos. É preciso recapitular periodicamente para obter o interesse do leitor novato ou casual, mas sem enfadar que segue a tira diariamente. E existe uma forte limitação para a quantidade de texto, cerca de 60 palavras no máximo para a tira de três quadrinhos.

"Mister Sun" é a primeira das três histórias do volume. Nas palavras de O'Donnell, o objetivo era dar uma história para Weng, o empregado de Modesty. Isto leva ao Mister Sun do título e ao Vietnã. O'Donnell acha que o uso do Vietnã deixa a história datada, mas eu não concordo pois ele foge de uma simplista da guerra. Na parte final, quando um dos personagens se refere a outro como "um espião comunista, lutando contra o seu próprio país", Modesty diz que "ele não via a coisa desta forma". É uma história intensa, com um final inesperado.


"The Mind of Mrs Drake" foi inspirada por um auto-biografia de um vidente em que O'Donnell foi o ghost writer. O aspecto psíquico é secundário na história, que começa com uma colega de Modesty investigando uma vidente envolvida com um espião russo. Outra história intensa, mas com um final mais previsível. Detalhe para o tradicional costume da polícia inglesa de não portar armas - "Esta é a Inglaterra, minha querida... A polícia espera até que alguém atire neles antes de solicitar a distribuição de armas.".


"Uncle Happy" fecha o volume. Modesty está de férias nos EUA e esbarra no casal Walter Dee, um milionário filantrópico conhecido como "Uncle Happy", e Lucy Dee, sua jovem e bela esposa. Não estrago nenhuma surpresa em dizer que os dois são maus e altamente cruéis. Nesta história Modesty tem um dos seus primeiros namorados ocasionais. Como O'Donnely diz na introdução, e retrata muito bem na história, "Modesty pertence a si mesma e, num sentido muito diferente e muito mais profundo, a Willie Garvin".

Veredito: recomendado.

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