domingo, setembro 27, 2020

Crítica: Pale Grey For Guilt

Mais um daqueles livros que não me lembro onde vi a indicação... também é incomum eu começar a ler uma série pelo meio (este é o nono dos livros com o personagem Travis McGee). Mas é fácil perceber o que me atraiu: um clima noir.


O autor, John D. MacDonald, já tinha escrito vários livros quando criou Travis McGee. Um deles já tinha sido adaptado no filme Cape Fear (mais tarde refilmado por Scorcese com mais uma atuação marcante de Robert de Niro).

A ocupação de McGee é "Salvage Consultant" (algo como "consultor em recuperações"): ele recupera coisas tiradas (normalmente de forma inescrupulosa ou ilegal) que não podem ser recuperadas pelos meios legais tradicionais. E cobra 50% do valor pelo seu trabalho (despesas incluídas). Mas esse não é o caso nesse livro. Pessoas inescrupulosas querem a propriedade de um amigo dele e para isso o levam falência e uma morte suspeita. Neste livro McGee não está atrás de uma comissão, mas sim de vingança e uma reparação financeira para a viuva.

A vingança se faz na forma de um complicado golpe. Como é comum na ficção noir, a identidade do assassino não é o que importa aqui. Importam os personagens e como se comportam. Temos uma dose razoável de violência e o confronto de McGee e o assassino é bastante forte.

Como trama secundária, temos o relacionamento de McGee com sua namorada, que seria continuada no último livre da série.

Os diálogos são afinados e os personagens complexos. O mundo é visto de um modo cínico, às vezes até cruel.

Veredito: Recomendado.

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