quinta-feira, julho 02, 2020

Memórias dos Anos 70: Cursinho

Em 1976 cheguei ao último ano do colegial. A prioridade, porém, não era a escola - era o cursinho. O ano todo foi uma maratona: aulas no colégio de manhã, aulas no cursinho à tarde e estudo à noite.


Na minha época a maioria dos colégios não se "rebaixavam" a dar uma preparação específica para o vestibular e a norma era fazer cursinho. De lá para cá os principais cursinhos passaram a funcionar como colégios e vários colégios particulares passaram a incluir uma preparação especial.

O estilo dos professores de cursinho era bem diferente dos do colégio. Muitos eram espalhafatosos e tinham os seus admiradores. Mesmo no "extensivo" (ano todo) o ritmo era bem pesado. No meu caso tinha muita coisa para aprender, pois o ginásio e colégio tinham coberto apenas uma fração da matéria. O (excelente) professor de matemática da escola avisou que sua enfase era fornecer a base, o volume ficaria por conta do cursinho (no meu caso funcionou bem).

Alguns professores do cursinho ficaram marcados na minha memória e dois deles merecem destaque. O primeiro foi o matemático Cid Guelli. Autodidata, usava toda uma nomenclatura própria com sotaque caipira. Infelizmente já estava no final da carreira e, por problemas de saúde, parou de dar aulas ainda no início do ano.

Outro foi o físico Pierluigi Piazzi. Excepcional professor, capaz de expor de forma simples e clara conceitos complexos, foi um duro crítico dos métodos de ensino praticados no Brasil e um dos fundadores da Editora Aleph, conhecida pelos livros de ficção científica e os livros de informática no começo dos anos 80.

Com este post vou dar uma pausa nas memórias. Elas retomam no final de julho com as histórias do tempo da universidade.

Nenhum comentário: