domingo, março 27, 2016

Crítica: Broken Age

Broken Age é uma aventura da Double Fine Productions que eu comprei em uma oferta no gog.com. Criação de Tim Schafer (famoso por Grim Fandango) e com vozes de atores conhecidos, Broken Age  alterna críticas positivas e negativas no gog, o que me intrigou.



Broken Age foi financiado através do kickstarter. Apesar de ter levantado uma quantia muito maior do que a meta, o tamanho e custo do projeto se mostrou ainda maior. O jogo acabou sendo quebrado em duas partes ("atos") e a pré venda da primeira parte completou o financiamento da segunda. A venda no gog começou antes do lançamento da segunda parte ("season pass"), atualmente está disponível o jogo completo ("the complete adventure").


A divisão em duas partes é uma das causas a divergência entre as críticas. As duas partes tem características diferentes e as críticas mais negativas foram feitas antes da disponibilidade da segunda parte.

Outro motivo de crítica foi a expectativa (incentivada em parte pela Double Fine) de um jogo no estilo dos clássicos da LucasArts. Broken Age é uma aventura moderna, com uma interface extremamente simples (poderíamos dizer "voltada para tablets").

Reparar na faixa inferior

O botão direito do mouse é usado para abrir uma faixa inferior com o inventário, mudança de personagem (já explico) e o acesso ao menu. Toda interação propriamente dita é feita com um clique do botão esquerdo. Em algumas poucas ocasiões é necessário combinar dois objetos, na maioria dos casos basta arrastá-lo do inventário para sobre uma pessoa, local ou objeto na tela. O cursor muda claramente de forma quando posicionado em cima de algo que permita interação e estas regiões são bastante largas. Isto elimina o maldito "pixel hunt" (a caça ao ponto mágico da tela onde as ações acontecem). Gráficos e sons são muito bons.

O cursor indica que podemos interagir com a torta


A história em si também é boa. Temos dois personagens, Vella e Shay inicialmente com histórias independentes. Vella foi uma das escolhidas para ser oferecida em sacrifício a Mog Chothra, um monstro que aterroriza a sua cidade e as cidades vizinhas. Para surpresa dos pais, ela se rebela contra esta grande honra. Já Shay tem uma vida monótona em uma espaçonave onde é superprotegido. O que tem um a ver com o outro você só vai descobrir no emocionante final do primeiro ato.

Um dia emocionante começa com a escolha do cereal. #sqn

Você pode alternar entre os dois personagens. No primeiro ato os problemas são quase todos simples, principalmente os da Shay. Eu acho que dei sorte em ter começado controlando a Vella, caso contrário é possível que eu tivesse desistido. Além dos problemas, os locais por onde Vella passa e os personagens com que ela interage são bem mais interessantes.

No segundo ato as coisas mudam. Os problemas são mais difíceis. A maioria são lógicos, mas alguns são irritantes e você vai acabar apelando para um pouco de tentativa e erro e procurando dicas na internet. Uma coisa que me atrapalhou foi que pistas para um problema de Vella são achadas por Shay e vice-versa, o que não é lógico. O final me pareceu abrupto e fiquei vendo os imensos créditos finais (com os nomes dos apoiadores) à espera de uma cena final (que não tem).

Veredito

Não recomendado pelo preço cheio (US$24,99).

Mas se você comprar em uma oferta, com um generoso desconto de 75% ou mais, vou vai ter um jogo bonito e agradável que ocasionalmente irá irritá-lo com problemas muito fáceis (primeiro ato) ou muito difíceis (segundo ato).



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