"Chip War" é, antes de mais nada, um histórico da criação e produção de semicondutores, particularmente os circuitos integrados ("chips"). Uma história que mostra a crescente importância destes componentes e a luta de países e empresas pelo domínio do desenvolvimento e produção deles.
A importância dos chips está no dinheiro que movimentam, na forma como a maioria das atividades econômicas dependem deles, na supremacia das chamadas "armas inteligentes" e no controle do seu acesso como forma de pressão entre os países.
Pode surpreender muita gente o fato de que atualmente nenhum país detenha controle total no projeto e fabricação de chips e das ferramentas necessárias. Devido aos alto custos das fábricas (e a necessidade de reinvestimento constante, já que a cada 2 anos temos uma nova tecnologia que coloca o dobro de componentes no mesmo espaço), a maioria das empresas que projetam integrados são fab-less (sem fábrica). A maioria das fábricas está na Ásia, mas dependem (para as tecnologias mais recentes) de máquinas fabricadas na Holanda (que usam componentes produzidos no mundo todo).
Diversos países investiram (e continuam investindo) pesado na criação de uma indústria local. "Brincadeira" de bilhões de dólares (por ano). A espionagem industrial é uma preocupação constante.
Num caso recente (detalhado no livro) uma empresa chinesa foi pega no flagra roubando segredos de uma empresa americana. O governo americano impôs restrições ao fornecimento de produtos que utilizassem tecnologia americana à empresa chinesa. Após uma pressão sobre os aliados, a entrega das máquinas holandesas foi suspensa e a empresa chinesa acabou antes de ter começado a produção.
O livro não é técnico e, ocasionalmente, deixa de lado o rigor jornalístico em nome de uma história mais interessante. O resultado é um livro fácil e agradável de ler, e com muita informação.
Veredito: recomendado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário