quinta-feira, junho 10, 2021

Memórias dos Anos 90: Spectrum 24 (parte 2)

Nesta segunda parte vou falar sobre as mudanças na série 3000 de coletores para suportar o Spectrum24 e duas linhas novas de coletores. Espero que parte destas coisas tenha algum interesse mais geral que simplesmente listar modelos de equipamentos obsoletos...

As versões retail e industrial do PDT61xx, o PDT68xx e o VRC69xx

Os coletores com suporte ao Spectrum 24 receberam final 40. Dos modelos antigos, apenas o PDT3100 recebeu o rádio (criando o PDT3140). Os LDT3805 e LRT3800 foram substituídos pelos novos PDT6800, 6810 e 6840. Mais para frente os PDT31xx seriam substituídos pelos PDT61xx. O coletor "veicular" VRC3910 foi atualizado para o VRC69xx. Afora a inclusão do rádio Spectrum 24, o que estes modelos tinham de interessante?

Uma limitação da série 3000 era o tamanho da memória NVM onde eram gravados os programas. A necessidade de incluir o driver do rádio, um stack TCP/IP e alguns utilitários levou à inclusão de uma memória Flash na placa do rádio. Como o devido driver esta memória podia ser usada como um disco adicional (D:). A escrita neste disco era lenta demais para o uso para arquivos de dados, mas o espaço permitia carregar múltiplas aplicações e mais toda a infra estrutura necessária para elas.

Uma curiosidade foi que o stack TCP/IP adotado era da Novell (outra empresa que sumiu), o LWP (não perca tempo com o link...). Lembro vagamente que tinha algum bug neste stack que estragava algo na memória e tinha um utilitário gambiarra para corrigir. Mas ele funcionava bem e tinha bibliotecas para desenvolver programas em C.

Os 6xxx aproveitavam também evoluções nos leitores de código de barras. O PDT68xx oferecia uma versão com leitura de códigos bidimensionais e o PDT61xx tinha um leitor bastante pequeno.

Completando a série 3000, tinha ainda o WS10410, o coletor "vestível". O coletor era uma espécie de bracelete (Space Ghost?) e o scanner era um anel (de tamanho avantajado). Acho que a Seal nunca teve sucesso em vender este modelo, mas era algo divertido para demonstrações.

O scanner era ligado por fio ao coletor

Apesar de suficientes para a maioria das aplicações, os coletores DOS com tela alfanumérica estavam ficando com um ar de velharia. Uma primeira resposta para isso foram os coletores PPT4xxx.


O PPT4100 era um produto de alguma outra empresa, revendido com o logo da Symbol. Era algo da classe "8086", com uma tela CGA virada de lado. Comparado com os outros coletores era relativamente frágil. Rodando MSDOS e tendo um hardware compatível com PC, a programação em princípio poderia ser feita com qualquer linguagem usável com o DOS. A Symbol apostou numa coisa estranha: o Visual Basic for DOS (sim, isso existiu). Eu fui fazer um treinamento de programação e a própria instrutora não mostrava muito entusiasmo pelo VB DOS ou mesmo pelo equipamento.

O PPT4600 tinha características bem mais elevadas: 386, tela de um quarto ou meio VGA, suporte ao Windows 3.11, resistência a quedas... Tudo acompanhado de tamanho, peso e preço elevados. Não muito carinhosamente, o aparelho era chamado aqui de "pá de pedreiro".

Coletores com interfaces gráficas iam decolar mais para o final da década, impulsionados pelo PalmOS e Windows CE.

Nenhum comentário: