domingo, dezembro 11, 2016

Crítica: Batman vs Superman - A Origem da Justiça

Comigo é assim: acabo não vendo o filme no cinema, compro o DVD quando sai, fica na estante um tempão e depois demoro uma eternidade para fazer a crítica. Enfim, aqui está a crítica deste filme que um monte de gente assistiu e um monte de gente falou mal.


Uma crítica que costuma aparecer a todo filme de super-herói é que ele desrespeitou a "história do personagem". A coisa fica mais complicada quando esta história inclui retcons e reboots, tanto nos quadrinhos como nos filmes. Vejamos quem são o Superman e o Batman deste filme.

O Superman aqui é uma continuação direta do "Homem de Aço", com o mesmo Henry Cavill. Eu gostei mais do personagem e ator da versão anterior ("Superman o Retorno"); acho que Cavill fica melhor como Clark Kent do que Superman. Junto com ele vem Amy Adams como Lois Lane, uma escolha que eu não gosto (não pela capacidade da atriz, mas por achar muito diferente da Lois que aparecei nos quadrinhos da minha infância).

Já o Batman é um reboot da bem sucedida trilogia com Christian Bale. A boa notícia é que, surpreendendo muitos, Ben Affleck funciona bem como Batman e como Bruce Wayne. No papel de Alfred, Jeremy Irons. Um ator talentoso, mas sem a capacidade de "roubar a cena" de Michael Caine.

A grande sensação é a Mulher Maravilha de Gal Gadot. Fico em dúvida de quanto do seu sucesso se deve a ter uma presença curta e misteriosa neste filme. Vamos ver se no filme solo os roteiristas não derrapam ao terem mais espaço para exposição.

O vilão é Lex Luthor, interpretado por Jesse Eisenberg. Personagem e interpretação não foram muito marcantes para mim.

O roteiro é o que mais me desagrada neste filme. A ideia inicial é que Batman e Superman entram em choque por um considerar o outro uma ameaça (com um pequeno empurrão de Luthor). Me parece um insulto às tão propagandeadas inteligências dos dois heróis achar que isto levaria rapidamente a uma troca de tapas. Os roteiristas parecem ter achado isto também e acrescentaram o velho cliché de raptar uma pessoa amada.

Me desculpem, mas uma luta entre Batman e Superman me parece uma imensa besteira. Superman é tão imensamente mais poderoso, que não vai ser uma armadura high-tech que vá fazer diferença. A única opção para Batman é a kriptonita. A briga deveria se decidir no primeiro segundo: Batman usa a criptonita, vence; não usa, perde. É claro que isto não se encaixa no cliché das lutas, é preciso hora um lado parecer ganhando, hora o outro. Em um dado instante, Batman está levando a melhor mas dá a chance de Superman reagir. Era a hora dele ir contudo para cima e deixar Batman só de bat-cueca. Mas não é isto que acontece. É claro que no final um não vai matar o outro, portanto os roteiristas grudaram mais um elemento: Doomsday, uma variação de um vilão de um arco que considerei muito idiota na época (Superman ficava trocando sopapos com Doomsday ao invés de usar a tal "super-inteligência"). Pensando bem, é bem apropriado para o resto do filme.

Veredito

Recomendado só se você gostar de efeitos especiais e não fizer questão de trama.

Obs.: o meu amigo Caloni tem uma crítica mais erudita deste filme.

Nenhum comentário: