Resenha: Invencible (1a e 2a temporada da série, Compendium volumes 1 e 2) sem spoilers!

Por alguns instantes Invencible parece ser uma história fofinha de "coming-of-age". Mark é o filho adolescente do maior herói da Terra, Omni-Man. Após anos de espera, finalmente os seus superpoderes estão se manifestando. Agora ele precisa equilibrar as responsabilidades de super-herói com a família, escola e o primeiro amor. #sqn

Eu descobri Invencible por alguns shorts no YouTube, fiquei curioso e fui ver a série no Prime Video (aquele streaming que muita gente diz que só tem porque faz compras na Amazon). Gostei tanto que fui investigar as revistas. As revistas foram publicadas de 2003 a 2018 (já encerrou, mas alguns spinoffs continuam sendo lançados), num total de 144 números. Elas estão disponíveis em formato digital na Amazon (como parte da antiga Comixology), eu optei pelos Compendiuns que são três volumes (cada um contendo 48 números da revista). Até o momento eu li "somente" os dois primeiros, o terço já está me aguardando.

A primeira coisa que você vai perceber, quando passar a fase fofinha, é que é uma série violenta. Cada tapa trocado resulta em sangue e muitas lutas vão até mortes grotescas. E se prepare pois tem várias mortes, algumas não definitivas.

Mas o que importa mesmo é a profundidade dos personagens. Tanto heróis como vilões (exceto breves figurações) tem as suas motivações, histórias passadas e arcos. Aliás, muitas tramas correm em paralelo, algumas de resolução breve e outras aparecendo momentaneamente aqui e ali até ir para o plano principal.

Para criar a imensa quantidade de heróis que aparecem o autor, Robert Kirkman, usa muita vezes da caricatura de heróis conhecidos. Os heróis principais, e a maioria dos vilões, são bastante originais (exceto talvez por Invencible e Omni-Man que tem a super força, super velocidade, voo e invulnerabilidade parcial como o Super Homem e milhares de outros). Em alguns números aparece uma nave espacial cuja tripulação lembra uma certa série de TV... daria um processinho se alguém conseguisse parar de rir.

Ao longo da trama há espaço para diversos gêneros: as tradicionais lutas de super-heróis contra super vilões, uma imensa saga interespacial de fundo, momentos cômicos e até um pouco de romance. Existem algumas grandes reviravoltas e muitos questionamentos éticos.

A arte das revistas, de Cory Walker e Ryan Ottley, é muito boa na maior parte do tempo mas, às vezes, inconsistente.

A série já tem duas temporadas completas disponíveis (mais um episódio extra com a origem da Atom Eve). A terceira temporada já tem estreia marcada para fevereiro de 2025. É uma adaptação até que fiel dos quadrinho, algumas alterações até podem ser consideradas melhorias. A arte mantem um padrão constante maior que as revistas.

Veredito: Recomendado, a não ser que você não suporte violência.