Jogo do Mês: Space Quest II

Após décadas finalmente joguei este jogo. Eu comprei e joguei o primeiro Space Quest quando foi lançado no Brasil. Alguns anos depois eu comprei e joguei os capítulos IV e V (que já adotavam o formato point-and-click com gráficos VGA e suporte a placa de som). Os capítulos II e III ficaram lá para trás. Em 2010 (!) eu adquiri no gog.com um pacote com Space Quest I, II e III, mas ficou mofando no HD até o ano passado quando joguei o Space Quest I.

Walkthrough - Speed Run

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O Jogo

Space Quest II é um jogo do tempo em que gráficos avançados para PC era 320x200 com 16 cores fixas e um chip de som tinha três canais de bipe. Se você tivesse um XT convencional, ia ter uma placa CGA que não passava de 4 cores a 320x200 e bipes feitos na raça no alto falante interno.

Como a maioria dos primeiros jogos da Sierra, SQ II usa o AGI (Adventure Game Interpreter) que adota uma resolução de 160x200 com 16 cores. A versão do gog usa o ScummVM para interpretar o jogo em máquinas modernas (curiosamente, a versão gog do SQ I usa o DosBox parra rodar o nterpretador original). É preciso louvar a capacidade dos artistas de criar pequenas nuances com esta resolução baixa e pixels imensos:

A grande sensação destes jogos da Sierra (na época do lançamento) era a possibilidade de movimentar o personagem com as setas do teclado por um mundo "3D". Não 3D no sentido de um Doom, mas na ideia de que algumas coisas estão na frente de outras. Em muitas telas este efeito é imperceptível, em algumas fica legal e tem algumas onde só complica descobrir por onde sair.

Coisas mais sofisticadas do que andar são feitas digitando comandos. SQ II dizia ter um parser melhor que o SQ I, mas isso só desmerece o anterior. A segunda maior dificuldade do jogo é descobrir quais palavras usar (o manual dá umas dicas importantes) e como construir as frases. para complicar, tem alguns comandos que só são aceitos dentro de condições muito específicas; se você tenta usar fora delas dá uma mensagem que parece que o comando nunca vai funcionar.

A maior dificuldade, é claro, é não morrer.

Nestes jogos você morre a toda hora. Alguns casos são óbvios, outros são inesperados e vários são simplesmente irritantes. Como você se confundir com a perspectiva, cair de uma escada de poucos degraus e morrer. Em alguns momentos é preciso precisão na movimentação e em outros uma certa rapidez. Parte do apelo das aventuras da LucasArts era a impossibilidade do personagem morrer. Mas, ao mesmo tempo que irritantes, as mortes eram também divertidas e mais de uma vez eu (após salvar, é claro) provoquei a morte do personagem só para ver as mensagens.

Space Quest II é razoavelmente difícil e você provavelmente não resistirá a olhar um dos vários walkthroughs na internet. Inclusive para evitar o terror de descobrir que você não vai conseguir prosseguir porque não fez (ou fez) algo muito tempo atrás e não tem como voltar. Se bem que, uma vez conhecida a solução, deve dar para fazer o jogo do princípio ao fim em pouco mais de uma hora.

Veredito

Recomendado, com ressalvas. O jogo é divertido e tem apelo histórico, mas algumas pessoas podem ficar irritadas com as dificuldades e sucessivas mortes.