quarta-feira, março 29, 2017

Vamos Falar de Arduino? Parte 2

Continuando minhas ruminações sobre o Arduino, vamos falar sobre as placas oficiais.


A placa mais tradicional é o Arduino Uno (lançado em 2010), atualmente na terceira revisão. Ela é resultado de uma suave evolução que envolveu o uso de ATmegas cada vez com mais memória (ATmega8, 168 e finalmente o 328) e mudanças na interface com o PC (inicialmente RS232, depois USB usando um chip FTDI e finalmente USB usando um ATmega16U2). Também baseado no ATmega328, temos a versão compacta Arduino Nano e o simplificado Arduni Pro Mini (sem a interface USB). Estas placas são pouco mais que o microcontrolador si, o que permite montagens compatíveis em protoboards (desde que você abra mão da interface USB).

O Arduino Mega não se afasta muito do Uno, utilizando um modelo de ATmega mais reforçado em termos de memória e pinos de entrada e saída (ATmega1280 originalmente, depois o ATmega2560), em uma placa de maiores dimensões. O Arduino Leonardo utiliza um ATmega com suporte direto a USB, mantendo o formato do Uno; minha impressão é que este modelo não fez muito sucesso.

Após o Uno, a empresa Arduino vem tentando emplacar um modelo mais sofisticado. O primeiro deles foi o Due (2012), que usa um microcontrolador com arquitetura ARM, opera a 3.3V e tem o formato do Mega. Em seguida (2013) veio o Yun, que combina um Leonardo com Soc WiFi; além de um pouco esquisito para programar este modelo não é totalmente aberto. O Arduino Zero e M0 (2014/2015) são dois modelos com ARM no formato do Uno; após um longo tempo em beta teste o M0 foi lançado pela Arduino SRL e o Zero pela Arduino LLC, os dois modelos são quase idênticos e foram ofuscados pela briga entre as duas empresas.

Todos os modelos que falei até aqui usam microcontroladores da ATmel. Com a briga entre as duas Arduino, a Arduino LLC se aproximou da Intel e criou o Arduino 101, uma placa com o formato do Uno e um processador Intel Quark que contém um núcleo x86 e um núcleo ARC. Com recursos avançados, mas com um preço oficial 50% maior que o Uno e até o momento sem clones, o Arduino 101 ainda procura o seu lugar no ecossistema Arduino.

Além da placas oficiais, existem muitas outras placas que buscam se beneficiar do ecossistema Arduino. Algumas são pequenas variações (como estas aqui). No outro extremo, temos placas com microcontroladores completamente diferentes, mas com conectores e bibliotecas semelhantes. Em alguns caos apenas a fachada da IDE é aproveitada; foi o que vimos com o ESP8266.

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