terça-feira, dezembro 27, 2011

iTunes Store - Primeiras Impressões

Com oito (!) anos de atraso, a loja do iTunes foi finalmente aberta de forma oficial aos brasileiros. Uma vez que não me interessei pelas formas não oficiais de uso, tive nos últimos dias os meus primeiros contatos com a loja.



Para fazer compras na loja é necessário instalar a aplicação iTunes. No Windows estamos falando em mais de 65 MBytes. O processo de instalação é daqueles que mostra uma barra de progresso que avança de forma inconstante. Ao chegar no fim, a barra recomeça do começo. São pelo menos três ciclos, sem uma indicação do andamento global da instalação.

Com a aplicação iTunes você pode pesquisar a loja, mas para comprar você precisa estar cadastrado e logado. O cadastro não é dos piores, exceto por exigir um cartão de crédito internacional. Como parte da validação, uma compra de US$1 é feita e cancelada (algo que parece se repetir em outras ocasiões). Nas compras futuras será usado o mesmo cartão, a não ser que você altere o cadastro.

Embora a loja venda também vídeos e aplicativos, o meu interesse no momento é em música. As músicas compradas são baixadas em arquivos .m4a, onde áudio comprimido no padrão AAC é encapsulado no formato MP4. A compactação AAC é considerada melhor que a MP3; a Apple afirma que ela rivaliza a qualidade de um CD. Audiófilos e músicos discordam. Já tendo passado dos 40 e abusado dos ouvidos por 3 décadas de uso de fones, eu me abstenho de opinar.

Não é usada nenhuma forma de DRM. Você pode copiar livremente os arquivos e tocar em qualquer dispositivo que suporte o formato m4a ou mesmo exportá-lo no formato MP3 diretamente no aplicativo iTunes. Além dos iTrecos, você encontra suporte ao m4a, por exemplo, nos celulares Android e Windows Phone 7, no tocador VLC.

A quantidade de músicas e álbuns é imensa, mas não espere encontrar tudo. Por exemplo, nas minhas buscas aleatórias, não encontrei o álbum "Fire of Unknown Origin" do Blue Öyster Cult, apesar de outros álbuns deles estar lá. Procurando o álbum "The SMiLEe Sessions"dos Beach Boys, encontrei apenas o "box". Em compensação, parece ter a discografia completa do pouco conhecido Triumvirat.

Os preços são em dólares (vejamos se os nossos órgãos de proteção a consumidor irão reclamar disto). Além de exigir um cartão de crédito internacional, isto significa que você pagará IOF e que o valor em reais será definido na data do pagamento do cartão. As compras são feitas uma a uma, exigindo apenas um clique de confirmação. A loja faz uma certa bufferização das compras; o comprovante e o débito não são feitos na hora. Pessoalmente eu prefiro o esquema de sites como o GOG.com, onde você pode comprar um item ou montar um carrinho, digita o número do cartão e a compra é processada na hora.


A maior parte das músicas isoladas custa US$0,99 e cada álbum US$9,99, mas exitem muitas excessões. Comprei "All Things Must Pass" do George Harrison por US$10,99, o que pode ser visto como "pechincha" já que originalmente era um LP triplo e atualmente é um CD duplo. Mais curioso foi a compra do "Physical Graffiti" do Led Zeppelin (outro CD duplo): encontrei por acaso por US$3,99. Alguns dias depois o preço era US$8,99. Outros álbuns do Led Zepplin também estavam por US$3,99, no momento os preços estão variando de US$8,99 a US$11,61.

O acesso legal a uma imensa quantidade de músicas em formato digital, por preços razoáveis, é certamente uma boa notícia. Será curioso ver qual a aceitação disto pelos consumidores brasileiros, que já se acostumaram a "outras formas" de obter as músicas que desejam.

A amarração da loja ao aplicativo é, no mínimo, um complicador a mais.Não sei se é falta de costume, mas o processo de compra me parece mais complicado e lento que outras opções de compra de conteúdo digital diretamente através do navegador (os meus padrões de comparação são os eBooks da Amazon e os jogos no GOG.com).

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