Binary é um thriller de 1972. O autor é John Lange, que hoje se sabe ser um pseudônimo de Michael Crichton.
A primeira vez que li este livro foi na adolescência; só fiquei sabendo que era de Crichton depois da sua morte. Recentemente o achei na casa do meu pai e resolvi relê-lo.
O tema do livro é o duelo intelectual entre um policial e um rico amalucado que pretende matar um milhão de pessoas em um atentado.
As marcas registradas das obras de Crichton estão todas nesta obra: base num assunto tecnológico bem pesquisado, um ritmo forte e uma luta intelectual entre o "mocinho" e o "bandido". O livro é relativamente curto e intrigante a ponto de não se querer largar.
É interessante observar como alguns pontos do livro resistiram a estas mais de três décadas. O protagonista do livro se sente incomodado pela mudança de foco da segurança de pessoas de países como a Rússia e a China para cidadão americanos; em parte a preocupação voltou para os estrangeiros, mas o nível geral da preocupação com atentados certamente aumentou muito. A postura das forças de segurança também mudou bastante, basta imaginar como seria o livro se o herói fosse Jack Bauer. Os computadores aparecem com relativo destaque: o bandido obtêm o trajeto da arma que vai roubar através de um terminal conectado por linha discada. É claro que nos dias de hoje seria hackeando através da internet. Um outro detalhe técnico é no momento em que o mocinho se desloca até a delegacia de polícia para receber um documento em uma tele-impressora (será que alguém consegue imaginar ainda o que é isto?). Uns quinze anos atrás seria através de um fax e ele não precisaria ir muito longe para achar um. Hoje em dia seria através da internet, talvez diretamente para o seu smartphone.
Conclusão
Binary é um ótimo romance policial. Talvez um pouco curto e algumas ideias parecem não terem sido desenvolvidas até o fim. Infelizmente está esgotado e é encontrado apenas em sebos. É uma pena, pois é muito melhor que muita coisa que você encontra por aí.
Recomendado (se você conseguir achar).
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