O Raspberry Pi é um grande sucesso, tendo atingido no final do mês passado a incrível marca de 2 milhões de unidades vendidas. Neste post vamos rever algumas de suas características, como preparação para futuros posts sobre ele.
A Origem
O Raspberry Pi surgiu do desejo de recriar o tempo dos primeiros micros pessoais e incentivar as pessoas (principalmente os jovens) a programar. Na visão dos seus criadores, embora muita gente tenha micro em casa, eles são destinados a aplicações "sérias" e as pessoas deixam de fazer atividades como a programação por medo de "quebrar" o equipamento (ou perder dados importantes).
A solução que eles enxergaram foi um computador extremamente barato e que pudesse ser restaurado facilmente ao seu estado inicial. Ambientes amigáveis facilitariam a programação, a começar pela linguagem Python. Nem todos concordam com esta análise.
É bastante provável que a maioria dos Raspberry Pi esteja sendo usada de forma diferente da imaginada originalmente (e que exista uma parcela significativa de Pis guardados em estantes e gavetas após algumas experiências rápidas). Um uso bastante popular é como media center.
O Hardware
Embora o Raspberry tenha laços fortes com as comunidade de open software e open hardware, ele não é um projeto totalmente aberto. O seu processador central é o Broadcom BCM2835, cujas especificações completas só são fornecidas após a assinatura de um NDA (acordo de não divulgação). Não é um componente que costume se encontrar para compra no varejo, ele é vendido somente em larga escala para fabricantes. Mas a Broadcom concordou em vender uma quantidade pequena por um preço baixo (provavelmente subsidiado), para viabilizar o projeto.
Este chip inclui uma CPU ARM11 capaz de funcionar a 700MHz, GPU, DSP e uma porta USB. o Raspberry inclui ainda 512M de Ram (256M nas primeira versões), um hub USB para fornecer duas portas (somente no modelo B) e interface Ethernet 10/100 (também somente para o modelo B).
A GPU do BCM2835 é considerada bem poderosa, tendo uma capacidade equivalente ao primeiro Xbox.
A saída de vídeo está disponível em HDMI e em vídeo composto, o áudio está disponível no HDMI e em um conector como estes de PC. Um conector de pinos disponibiliza sinais de entrada e saída digital, USART, SPI e I2C para interfacear com outros hardwares (entretanto, estes recursos são mais limitados do que os que costumamos encontrar em microcontroladores).
O Raspberry Pi não vem com nenhuma memória Flash disponível ao usuário. É necessário conectar um cartão SD, normalmente este cartão contém o sistema operacional e é usado também para armazenar o sistema de arquivos.
Para usar como um computador normal, é necessário conectar um display HDMI (ou com entrada de vídeo composto), teclado, mouse e uma fonte de 5V. Ele pode se conectar à internet ou uma rede local através de cabo, para se conectar via WiFi será necessário conectar um adaptador USB. Como ele só tem duas portas USB e a corrente nelas é limitada, você poderá precisar de um Hub com fonte. Não se esqueça de verificar antes se o adaptador WiFi é compatível com o sistema operacional que você vai rodar.
O Software
Um número grande (e crescente) de sistemas operacionais suportam o Raspberry Pi. O software que é executado na GPU está disponível somente em formato binário. Os drivers ARM correspondentes também eram fechados mas, posteriormente, tiveram seus fontes abertos. Existe uma quantidade imensa de software livre (e alguns fechados) disponíveis, a maioria como ports ARM genéricos e alguns customizados para o Raspberry.
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