domingo, outubro 13, 2024

Crítica: Sound Man

Sound Man "A Life Recording Hits with The Rolling Stones, The Who, Led Zeppelin, The Eagles , Eric Clapton, The Faces . . ." é a auto-biografia do engenheiro de som* e produtor musical Glyn Johns.


Vou começar dizendo o que este livro não é: uma descrição de técnicas de estúdio ou uma coleção de fofocas sobre músicos famosos. Do primeiro ponto sobra apenas um parágrafo curto sobre a técnica que ele usa para gravar a bateria (criada ao gravar o primeiro disco do Led Zeppelin). No lugar de fofocas temos apenas uns poucos "causos" (a história de Keith Richards cair no sono enquanto afinava o violão durante a gravação de um álbum ao vivo é hilária).

Segundo Glyn, sua carreira se deve a ter nascido em 1942 e alguns momentos de sorte. Certamente a parte mais interessante do livro é o terço original, onde ele conta a trajetória até produzir os primeiros discos. Nisto ele rompeu pelo menos duas barreiras: a passagem de engenheiro de som para produtor e o trabalho como engenheiro autônomo, não sendo funcionário de uma gravadora ou estúdio.

Um capítulo que decepcionou um pouco pela falta de detalhes foi o envolvimento dele com os Beatles, como engenheiro de som em Get Back/Let it Be e na tentativa mal-sucedida em mixar o álbum.

À media que o livro avança, cada vez aparece mais menções a discos com uma lista de artistas famosos e pouca informação adicional. É indiscutível o bom gosto de Glyn na seleção de artistas, escutei alguns dos que eu não conhecia e gostei muito.

A partir da metade dos anos 80, o ritmo de trabalho dele diminui. Ele próprio fala que o seu "som" ficou ultrapassado (ou pelo menos saiu de moda). E, de repente, estamos em 2014 e o livro acaba.

Veredito: talvez para os fãs dos Rolling Stones.

* Momento engenheiro pedante: um engenheiro de som não é necessariamente um engenheiro diplomado.

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