quarta-feira, agosto 16, 2017

(Mini) Avaliação: Raspberry Pi Zero e Zero W

Agora que temos uma revendedora autorizada no Brasil me parece uma boa hora para uma mini avaliação destes modelos compactos e de baixo custo.

Em cima Raspberry Pi Zero, em baixo a Raspberry Pi Zero W.


Raspberry Pi Zero


O lançamento desta placa no final de novembro de 2015 causou muita surpresa, principalmente pelo preço oficial: US$5. A placa foi, inclusive, distribuída junto com o número 40 a revista MagPi. Adquirir esta placa não tem sido fácil, ela está frequentemente em falta e muitas vezes a venda é limitada a uma unidade por cliente.

Para reduzir o tamanho e o preço foram necessários alguns compromissos. Vejamos o que tem (e o que não tem) nesta placa:

CPU e GPU: A Zero usa a mesma BCM2837 do Raspberry Pi original, um ARM11 single core com uma GPU VideoCore IV (a mesma que todos os modelos até agora). O clock é 1GHz, um aumento em relação aos 700MHz do Rasp Pi original.

Ram: 512M. Os primeiros modelos do Rasp Pi saíram com 256M, que foi logo aumentado para 512M nas placas modelo B. A partir do Rasp 2 passou para 1G.

Flash/SD: Como os demais modelos, o Zero não tem memória Flash, é obrigatório o uso de um cartão de memória. Como é padrão desde o modelo B+, o cartão é um micro SD.

Ethernet: Não tem, como no modelo A.

Vídeo: O Zero possui saída HDMI, mas usando um conetor mini (não confundir com o micro). Não tem conector de vídeo composto, mas os sinais correspondentes estão disponíveis na placa.

Áudio: O Zero não tem uma saída dedicada de áudio como os modelos anteriores. Áudio continua disponível via HDMI. Nos outros modelos, a saída de áudio estéreo é gerada através de dois pinos PWM. Sinais equivalente estão disponíveis no conector de GPIO, mas é necessário montar externamente um filtro e mudar algumas configurações. Outra opção é conectar um adaptador USB.

Câmera: A versão atual do Zero possui conector para o Raspberry Pi Camera Module.

USB:  Somente uma porta, com conetor micro. Esta porta possui suporte ao padrão OTG.

Alimentação: 5V, através de um conector USB micro (só com os sinais de alimentação) ou ligando direto no conector GPIO.

GPIO: O Zero possui os mesmos 40 sinais disponíveis desde o modelo B+. O único detalhe é que você precisa comprar e soldar o conector. Estes sinais incluem não somente E/S digital, mas também PWM, I2C, SPI e UART. Como os demais Raspberry, não tem ADC.

Resumindo, o Zero tem um pouco mais de capacidade que o modelo A+. O uso de conectores HDMI mini e USB micro pode criar uma despesa adicional com adpatadores.

Raspberry Pi Zero W

Anunciado no início deste ano, o Zero W acrescenta o que faltava para o Zero ser a base para um computador pessoal moderno: conexão à rede através de WiFi. Mas espere, isto não é tudo... vem junto Bluetooth 4.0. E tudo isto por apenas US$10.

Algumas Considerações Sobre Uso

O que se pode fazer com estas plaquinhas? Muitas coisas, vejamos algumas ideias:
  • Computador pessoal de baixo custo: basta conectar a TV da sala, teclado e mouse. Você vai precisar de alguns acessórios: cartão micro SD, fonte, adaptadores para HDMI e USB e muito provavelmente um hub USB, mas vai ter um micro bem satisfatório sem gastar muito.
  • Media player: mesmo não tendo a capacidade de processamento do Rasp Pi 3, o Zero pode possui desempenho suficiente para mostrar vídeo HD. 
  • Emulador de consoles, arcades e computadores antigos: outro uso popular desde o lançamento do Raspberry Pi, existem distros específicas para isto.
  • Controlador: rodando Linux você não terá as mesmas velocidades de GPIO que um microcontrolador bare metal, mas muitas aplicações não precisam disto e você dispõe de linguagens e programas mais avançados, assim como um stack TCP/IP sólido para aplicações de IoT.

Veredito

Imperdível.

Um comentário:

Rafael Cremm disse...

Meu caro, muito, muito bom o seu blog. É um espetáculo a quantidade de experiencias compartilhadas conosco. Meus parabéns!!!
Vou sempre voltar para dar uma conferida nas tuas peripécias!
Um abraço!