domingo, junho 11, 2017

Resenha: Catering to Nobody

Este é um outro cozy mystery, que comprei junto com o "Chocolate Chip Cookie Murder". Em alguns aspectos os dois livro são semelhantes: protogonista mulher, receitas no meio da narrativa e história se passando em uma comunidade relativamente pequena.


A protagonista, Goldy Schultz, é uma mulher divorciada com um filho de 11 anos. Busca a sua sobrevivência financeira com um serviço de buffet (esta parte me pareceu mais realista que a loja de biscoitos da Hannah). O seu ex-marido, além de babaca, é mulherengo e agressor de mulheres. Neste ponto surge o meu primeiro descontentamento: as (poucas, devo admitir) descrições da violência me parecem muito exageradas para uma pessoa que continua fora da cadeia e aceito pela sociedade. Ainda mais que a profissão dele é ginecologista. Some a isto algumas referências a sexo e estamos fora do clima ingênuo.

A caracterização do filho não me agradou. Tudo bem ele ser um pouco esquisito, com tendências nerd (como uma paixão por RPG) e uma atitude de "aborrecente", principalmente considerando que a sua professora se suicidou. Mas alguns momentos ele demonstra uma dificuldade de distinção entre realidade e fantasia que fica difícil aceitar. Além do filho, reside com Goldy a jovem e irritante Patty Sue (irritante para Goldy e para o leitor).

A motivação de Goldy no livro é simples. Ela organiza o buffet pós-enterro para a professora, o seu ex-sogro é envenenado e a polícia a proíbe de trabalhar com comida até o crime ser resolvido. O investigador da polícia parece mais preocupado em dar em cima de Goldy do que resolver o caso. Aliás, fica difícil entender porque a proibição continua, após ficar claro que ninguém mais foi envenenado e que a comida não estava contaminada.

Novamente não temos muito método na investigação. Personagens diversos admitem ter conhecimentos relacionados ao crime mas se calam na hora de dar detalhes, o que é passivamente aceito por Goldy. O desfecho envolve um confronto não muito convincente e algumas resoluções não muito agradáveis.

Tem ainda um capítulo muito doido sobre uma aula de direção da Patty Sue, que é totalmente surreal.

Veredito

Não recomendado.

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