BeagleBoard e BeagleBone
A BeagleBoard foi uma das primeiras placas no conceito que alguns chamam de Mini-PC. Compacta, com processador ARM e memória suficiente para rodar um Linux, aceleração para geração de video e áudio, USB, Ethernet, entradas analógicas e entradas e saídas digitais (com PWM), basta ligar um teclado, mouse e um monitor ou TV para ter um desktop bem razoável.
Inicialmente disponível por US$150, o modelo mais recente é a BeagleBone Black, com o preço de US$45.
BeagleBoard x Raspberry Pi
A partir do lançamento do Raspberry Pi, pelo extraordinário preço de US$35, a comparação com a BeagleBord é inevitável. A BeagleBone Black foi a resposta, tanto em termos de recursos como de preço.
Do ponto de vista de processamento, a BeagleBone Black levava ligeira vantagem sobre o Raspberry Pi, mas isto inverteu com o Raspberry Pi 2. A BBB continua levando vantagem nos recursos de I/O analógico e digital e na memória Flash (4G na BBB e ausente na Rasp Pi).
Uma vantagem difícil de quantizar é que a BeagleBoard é totalmente aberta. Toda a documentação da placa e dos componentes está disponível para quem quiser ver, a Texas comercializa o processador mesmo em quantidades pequenas. Já na Raspberry Pi uma parte da documentação só está disponível mediante a assinatura de um NDA e o processador só é vendido em maiores volumes.
BeagleBone Green
A BeagleBone Green é um fruto direto desta abertura; a SeeedStudio pode aproveitar todo o projeto da BBB. A BeagleBone Green possui os mesmos recursos que a BBB com três exceções (que estão causando polêmica):
- O conector P4 de entrada de alimentação foi retirado, a alimentação deve ser feita pelo conector micro USB que também fornece comunicação serial. Isto faz sentido para o usuário ou hobbista ocasional, mas dificulta para quem pretende usar a placa em um ambiente embarcado.
- Foram acrescentados dois conectores "Groove" (um para UART e outro para I2C). Isto facilita a conexão dos módulos comercializados pelo SeeedStudio, mas é meio inútil para outras aplicações pois este conector não é usual. Os sinais continuam disponíveis nos conectores "espeto" nas laterais da placa.
- O mais polêmico é a retirada do conector HDMI (e do hardware associado), ainda mais quando se fala que o motivo é que "ninguém usava". Uma explicação mais sensata é que a retirada do suporte a HDMI permitiu uma boa redução de custo, porém prejudicou aplicações que requerem a conexão de um monitor ou TV. Exemplos destas aplicações são o uso como desktop (inclusive em aplicações de controle de CNC ou impressora 3D), media players e mini arcades (usando o MAME). Desta forma fica realçado o uso embarcado, enfatizando os recursos de entrada e saída da placa.
As três opções fornecem boa relação de custo x desempenho, a escolha vai depender do uso pretendido.
Se o seu interesse é apenas aprender e experimentar, sem nenhum projeto específico em vista, a Raspberry Pi provavelmente é a melhor opção. Não apenas pelo preço e capacidade de ligar a uma TV ou monitor, mas por ter uma maior comunidade, o que reflete em mais informação na internet e mais livros.
Se você pretende usar em um projeto embarcado, sem necessidade de conexão a um display via HDMI, a nova BeagleBone Green é uma boa opção.
Se o seu projeto requer conexão a um display e ligação de muitas entradas/saídas digitais e/ou entradas analógicas, a BeagleBone Black é a placa para você.
Nenhum comentário:
Postar um comentário