domingo, outubro 24, 2010

Kindle: Primeiras Impressões

Como comentei no post anterior, acabo de receber um leitor de e-books Kindle. Relato aqui algumas considerações filosóficas e as minhas primeiras impressões sobre o aparelho.



Porque Comprei um Kindle

Sendo um leitor compulsivo, a ideia de e-books me interessa há anos. Entretanto, sempre esteve claro para mim que o fator decisivo para a viabilização dos e-books é o dispositivo usado para a leitura. Minhas experiências de leitura em desktop, PDA e notebook não foram satisfatórias. O desktop obriga uma posição rígida de leitura; os PDAs tem tela pequena e (na época em que testei) baixa resolução; o notebook tem mobilidade mas é desajeitado, consume muita bateria e aquece muito quando está ligado na tomada.

O lançamento da primeira versão do Kindle, além de tentar resolver os problemas acima, introduziu dois componentes interessantes: uma grande variedade de livros e um sistema muito simples de entrega.

O meu principal receio com o Kindle se deve ao uso de um formato proprietário com DRM e a minha certeza de que ainda teremos uma grande evolução nos leitores. Por este motivo, os usuários do Kindle correm o risco de terem de comprar de novo todos os seus livros para usufruir de um leitor melhor. Este receio continua vivo, mas parece claro que a Amazon está firme na dianteira dos leitores de eBook. Ajuda também o fato dela ter liberado leitores para outras plataformas, o que garante um sobrevida ao formato mesmo que o Kindle fique obsoleto.

O Kindle inicial sofreu duas atualizações. Olhando à distância, a geração atual me interessou por ter um formato bastante prático e uma versão WiFi (sem GPRS) por um preço atraente. Me impressionou também o fato da Amazon resolver suportar explicitamente clientes brasileiros, inclusive com o download gratuito de livros via GPRS. O uso do Kindle pode me livrar dos custos de frete e das semanas de espera das compras normais na Amazon. Por último, o meu pai está com problemas na vista e o recurso de selecionar o tamanho da letra poderia ajudá-lo.

Assim, acabei resolvendo comprar um Kindle com a ideia de usá-lo um pouco, mostrar para o meu pai e, se ele gostasse, deixar com ele como presente de Natal.

Compra e Entrega

A Amazon é considerada um modelo de loja virtual, e não é à toa. Existe uma página dedicada para a compra do Kindle para entrega em outros países. O processo é quase idêntico à compra de livros, exceto na parte de frete e preços. A Amazon utiliza (atualmente) exclusivamente a DHL para envio do Kindle para o Brasil. Ao preço do aparelho (US$139) se soma o frete (US$20.98) e mais US$152.17 de "depósito para as taxas de importação". Se os custos de importação forem menores que este depósito, a Amazon se compromete a devolver a diferença. No meu caso os custos foram ligeiramente maiores (acho que devido a diferenças de cotação no dolar); não houve cobrança adicional. Os custos foram o imposto de importação (R$160,16), o ICMS (R$93,75) e uma taxa administrativa da DHL(R$41,86).

Como já comentei anteriormente, comprei em um domingo no final da tarde e a entrega foi na quinta de manhã (um dia antes da previsão). Excelente!

Abrindo a Caixa e Ligando

A caixa do Kindle segue a linha "Frustration Free" da Amazon. Basta puxar uma tira para abrir, não precisa de tesoura, estilete ou maçarico. A caixa é de papelão mas muito bonita, a parte branca interna não deixa nada a dever a embalagens de plástico.


Abrindo a caixa você dá de cara com o Kindle. Olhando ao vivo ele parece menor que nas fotos. As bordas são arredondadas, o que deixa ele com uma impressão de ainda mais fino. A tela (desligada) é de um branco leitoso que lembra uma espécie de fórmica.




Os "modelos de exportação" do Kindle não vem com carregador, apenas um cabo USB. Seguindo as instruções do livreto de "Quick Start", conectei o cabo ao micro para carregar a bateria. Na primeira ligada ele faz uma espécie de boot. Ao aparecer a primeira imagem na tela, um susto: a qualidade é impressionante. As fotos no site da Amazon e aqui no blog não fazem justiça à qualidade da "tinta eletrônica" (eventuais "borrados" são artefatos da compressão do jpg). O preto é bem preto e não se percebem os pontos individuais. Olhando a tela parada parece mesmo uma impressão. Ao final do boot é aberto automaticamente o manual de operação.


Usando o Kindle

O uso básico do Kindle é muito simples e intuitivo. A maior parte do tempo você vai estar lendo; quase toda a tela está ocupada com a página do livro. A movimentação para a página seguinte ou anterior é feita usando os botões nas laterais. Ao mudar de página a tela fica em reverso por uma fração de segundo. É um pouco estranho mas não atrapalha em nada.

Como disse, a qualidade da tela é incrível. Como um livro, ela não emite luz, é preciso iluminação ambiente. Dá para ler sem problemas mesmo debaixo do sol, porém a tela reflete a luz (o que dificultou as fotos). Segundo a Amazon o consumo com uma imagem parada é quase zero. Quando você coloca o Kindle para "dormir" é apresentada uma imagem (na maioria dos casos a foto de um autor famoso). Não contei mas acho que tem uma dúzia de imagens diferentes. Se desejar você pode desligar por completo o Kindle, deixando a tela vazia. Ao religar ele não passa novamente pelo processo de boot, voltando rapidamente ao ponto em que você estava.


O formato do Kindle é quase perfeito. O tamanho total é muito próximo ao de um pocket book e área de leitura possui largura semelhante mas é um pouco mais curta na altura. O peso é maior mas não ao ponto de incomodar. Ainda não peguei o jeito ideal para segurar e operar com uma mão, acabo segurando de uma forma que dificulta o acionamento do botão para ir para a próxima página.

Fica para um post futuro mais detalhes sobre a operação e comentários sobre os formatos suportados. Adianto somente que não tive problemas em carregar através da USB um livro baixado da internet, configurar um acesso via WiFi (exceto no que diz respeito à digitação da senha) e receber um livro comprado no site da Amazon.

4 comentários:

dave macannaly disse...

Daniel, achei curioso o fato de não vir com carregador,por isso tem gente vendendo carregador no mercado livre para o kindle.Pq será q vem sem carregador para o brasil?

Daniel Quadros disse...

Dave, acho que a Amazon (como muitas empresas estrangeiras) não quis se meter na encrenca que são os padrões de tomada fora dos EUA. O carregador é incluído somente em alguns países, como a Inglaterra.

Anônimo disse...

Faz sentido Daniel...será q nossa tomada é tão bizarra assim??
Mas eles atendem 100 países...deve ter cada tomada louca por ai...
E como é esse esquema de senhas que vc mencionou no seu artigo para baixar o livro?Já pegou o macete??

Daniel Quadros disse...

A senha a que me refiro é a do WiFi. Não tem nenhum macete, somente que o teclado do Kindle tem somente as letras. Para digitar números e caracteres especiais é trabalhoso, num próximo post eu mostro mais detalhes.