domingo, novembro 22, 2015

Resenha: A Ship of The Line e Flying Colours

A Ship of The Line e Flying Colours são dois livros da série Hornblower (que já vimos por aqui). Estou resenhando os dois juntos, pois um e continuação do outro (dica: não comece a ler o primeiro sem ter o segundo).


A Ship of The Line foi o segundo livro publicado da série. E, até o momento, é o meu predileto. Temos nele Hornblower em plena forma: altamente cerebral, disfarçando a sua falta de confiança com uma postura severa e taciturna, comandando a tripulação com maestria e demostrando imensa coragem (que ele próprio não consegue ver).

Como nos livros anteriores, as coisas estão complicadas para ele. É agora capitão de um navio grande (o "ship of the line" do título) . Nas palavras dele, o Shuterland é "o mais feio e menos desejável dos navios de duplo deque da marinha inglesa".

E o primeiro problema a resolver é obter uma tripulação completa. Os pobres coitados dos marinheiros do seu navio anterior foram compulsoriamente transferidos (leia-se transferidos diretamente de um barco para o outro após dois anos de viagem, sem possibilidade de ir a terra rever as famílias). A guerra prolongada reduziu os efeitos dos "alistamentos" onde soldados vão às ruas e pegam quem não conseguir provar que está empregado. Com dinheiro do seu próprio bolso (quase vazio), Hornblower imprime cartazes e manda seus oficiais procurar voluntários. Tarefa difícil, já que a probabilidade de retorno é baixa, as condições são terríveis e o governo inglês é mau pagador dos salários. Alguns condenados, que preferiram o alistamento à forca, somam número, mas falta experiência.

Uma vez no mar, a caminho do Mediterrâneo para atacar as costas da Espanha dominadas pela França, Hornblower tem problemas adicionais com o almirante que comanda a pequena esquadra. Tendo obtido o cargo por ser nobre e influência política, o almirante não conta com o respeito dos marinheiros e não aprova as demonstrações de iniciativa de Hornblower. Para completar, ele é casado com o grande amor de Hornblower.

Após várias aventuras que retratam os rigores da vida e da guerra no mar e a inteligência e competência de Hornblower, o livro se encerra com o Shuterland mortalmente danificado e sob ataque de forças francesas muito superiores. Pode ter certeza que você vai querer emendar a última página deste livro com o seguinte.

Flying Colours é diferente dos demais livros da série que já li. Em parte porque Hornblower está longe do mar a maior parte do tempo. Não vou falar muitos detalhes para não revelar a trama, mas basta dizer que no começo ele está preso na Espanha e depois é levado para a França para ser julgado e fuzilado por supostos crimes de guerra. A fuga e o retorno à Inglaterra tem ares fantásticos, mas C.S.Forester consegue dar a elas um ar de realidade.

O final deste livro foi, para mim, surpreendente. Me parece claro que a vida de Hornblower será bastante diferente daí para frente, o que irei conferir nos próximos livros.

Veredito

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