domingo, julho 13, 2014

Crítica: Maigret no Picratt`s

Mais um livro da coleção Maigret da L&PM Pocket. Afinal, Georges Simenon escreveu nada menos que 75 livros com o Inspetor Maigret (e mais 30 contos). Neste livro de 1950, Maigret investiga a morte de uma dançarina de um pequeno cabaret (o Picratt's do título) poucas horas após dizer à polícia que teria ouvido um sujeito chamado Oscar falar que ia matar uma condessa.


O Maigret deste livro é bem diferente do que vimos em "Maigret e o Ladrão Preguiçoso". Sem as amarras dos magistrados, comanda livremente a sua equipe. Algumas descrições e cenas provavelmente desagradarão os adeptos do politicamente correto.


Este é mais um livro onde o criminoso e sua captura são apenas detalhes. O que importa é o mergulho no universo das vítimas. Maigret passa mais tempo no cabaré que no seu escritório, em uma atmosfera de cumplicidade com o proprietário. Como sempre existem detalhes sórdidos, com personagens se afundando sem conseguir assumir o controle dos seus destinos.

Um ponto curioso, que não aparece com frequência nos livros de Maigret é um certo alívio cômico, na figura do jovem inspetor apaixonado e no inspetor Logon (de idade indefinida), que "tinha necessidade de se sentir infeliz, azarado, de se considerar vítima de má sorte" e sabia que "a honra caberia a outros".

Veredito

Recomendado.

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