sexta-feira, dezembro 09, 2011

A Queda do Vôo Air France 447

Um livro que, de certa forma, me marcou foi "Airframe" de Michael Crichton. A principal lembrança é que um acidente aéreo é sempre causado por uma sequência de eventos. Um pequeno desvio e a sequência não se completa e o acidente é evitado. E um fator sempre presente nestas sequências é o erro humano.

A revista Popular Mechanics publicou um artigo relatando os últimos minutos do vôo 447 da Air France (tomando como base o registro das caixa pretas, em particular a conversa na cabina). E o relato está totalmente de acordo com a visão do livro.

Uma sequência de pequenos erros monta o palco para um co-piloto (inexperiente e sem um treinamento específico para a situação) derrubar no oceano um avião sem nenhum problema mecânico ou elétrico (talvez você tenha ouvido falar de um congelamento dos pitots, mas eles voltaram a funcionar bem antes da queda graças ao sistema anticongelamento). É uma descrição bastante trágica, que dá vontade de poder romper a "quarta parede", arrancar o copiloto do assento e salvar o avião.

O artigo pode ser lido em

http://www.popularmechanics.com/print-this/what-really-happened-aboard-air-france-447-6611877?page=all

Encontrado via The Register.

Um comentário:

wmoecke disse...

Daniel,

Também é interessante este outro artigo, publicado no blog do autor logo após o artigo que saiu na PM. O mesmo especula sobre a possível reação que os passageiros do vôo AF447 teriam esboçado nos momentos derradeiros.

Interessante é acompanhar alguns comentários lá postados também. Muitos pontos bastante lógicos, apontam para uma indubitável falha em avaliar a situação racionalmente, aliado a um grave erro no projeto do sistema fly-by-wire, que aparentemente permite que dois comandos sejam acionados (piloto e co-piloto) sem dar qualquer indicação visível ou táctil de que possivelmente os comandos que porventura tenham sido aplicados conflitem entre si. Nem mesmo o próprio capitão pôde se dar conta disso, sem que o co-piloto (o mais experiente dos dois) tenha lhe dito isso verbalmente - quando já era demasiado tarde para qualquer providência.