domingo, setembro 18, 2011

Legião dos Super Heróis - Parte 1: A Longa (e confusa) História da Legião

Não sei bem porque eu fiquei fã da Legião na minha infância, mas continuo até hoje e acabo de retomar o contato através de duas publicações bem diferentes.

O início de tudo

A Legião dos Super Heróis (LSH) tem uma história das mais ricas e confusas. Tudo começou em 1958 (antes de eu ter nascido, antes que alguém pergunte), com o que seria apenas mais uma ingênua história do Superboy: três jovens com superpoderes vem do futuro convidar o Superboy a se juntar ao seu clube.

A reação dos leitores foi inesperada, e a National/DC demorou um pouco para perceber que tinha atingido um combinação vencedora: grupo de super heróis, super heróis juvenis e viajem no tempo. A partir do Adventure Comics #300 a Legião passou a ser presença constante, com a capa indicando "Superboy and the Legion of Super-Heroes".

Com o passar dos anos a Legião foi crescendo com a inclusão de novos heróis e a sua mitologia foi se formando. Em 1966 um novo autor iniciou o que seria a primeira era de glórias da LSH. Jim Shooter era um fã que enviou uma sugestão de história e acabou contratado. Mais incrível ainda é que ele tinha apenas 14 anos nesta época! Esta "era de ouro" terminou em 69, quando a legião passou a ser história secundária, inicialmente na Action Comics e depois na revista Superboy.

Em 73 a Legião retornou à capa, já sem Jim Shooter, com a revista Superboy virando "Superboy and the Legion of Super-Heroes". Em 77 a revista mudou temporariamente para um formato maior, o giant size. Em 80 a Legião assumiu o controle da revista, com Superboy saindo do time e da capa, iniciando o que os fãs consideram o segundo volume (ou v2). Em 82 a Legião atingiu um outro pico de criatividade com Paul Levitz.

Em 84 a Legião passou a ser um título de luxo, impresso em papel melhor, no chamado v3. A revista anterior continuou existindo, renomeada para "Tales of The Legion of Super-Heroes", publicando histórias novas por um ano e depois repetindo as histórias da versão mais cara.

No final de 85, entretanto, a Legião sofreu os abalos da "Crise em Terras Infinitas". Ao longo das décadas a continuidade nas histórias da DC vinham se complicando, principalmente devido às viagens no tempo. Uma outra coisa que incomodava era a quantidade ridícula de sobreviventes de Krypton (além do Super Homem, tinha Super Moça, o super cão, o super macaco, os criminosos da Zona Fantasma, a cidade encolhida de Kandor e mais dezenas de personagens menores). Numa decisão radical (detestada pela maioria dos fãs antigos), a DC resolveu mudar retroativamente (o chamado retcon) toda a história do Super Homem, reforçando a sua condição de único sobrevivente de Krypton. No meio disto foi extinto o Superboy; Super Homem só iniciou a sua carreira heroica depois de adulto. Péssima notícia para a Legião, que tinha sido criada sob a inspiração dos feitos de Superboy. Apesar de tudo, a Legião se aguentou até a metade de 89, mantendo as menções a Superboy.


Após alguns meses de interrupção, ela voltou completamente alterada com o subtítulo de "Cinco Anos Depois". Esta série, a v4, tem um tom altamente sombrio, com os heróis já adultos e a Terra dominada por extraterrestres. Os autores pareciam ter um prazer sádico em destruir os mitos da Legião e atender de forma distorcida aos desejos dos fãs. Não ajudou muito que logo no começo foi decidido expurgar definitivamente Superboy, improvisando um outro herói para a posição (Mon-El, agora renomeado para Valor"). Em 92 a coisa se complicou de vez com a descoberta de uma segunda Legião adolescente, que acabou gerando uma segunda revista em tons mais leves (Legionnaries), e a destruição da Terra.

Como confusão pouca é bobagem, em 94 a DC tentou limpar a bagunça gerada pela Crise com "Zero Hour", após o que todas as revistas publicaram um número "zero". No caso da Legião, isto é considerado de forma não muito carinhosa como "reboot", com uma nova mudança radical nas roupas e nomes dos heróis. Com vendas cada vez menores, a Legião "rebbotada" se aguentou até 2004.

A partir de 2005 a Legião foi ressucitada em mais uma nova encarnação (a "threeboot"). Embora a maioria dos heróis mantenham os trajes e nomes da primeira encarnação, o visual é bem alterado e as origens foram alteradas (por exemplo, Colossal Boy era um terrestre que podia aumentar o seu tamanho, agora é um giante alienígena que pode se reduzir ao tamanho de uma pessoa normal). A partir do exemplar 16 o título mudou para "Supergirl and the Legion of Super-Heroes" com a introdução da Supermoça. Que, para ser sincero, não sei mais quem é, já que a original (prima do Super Homem) foi morta na primeira Crise e depois foi substituída por uma tal de Matrix que também já sumiu. Os fãs não aprovaram muito as novidades, e no número 31 o autor foi trocado. No número 37, uma nova mudança de autor, com o retorno de Jim Shootere do título "The Legion of Super-Heroes". Mesmo assim, não durou muito mais - se encerrou no número 50.

Em  2007 a DC fez mais um retcon, a "Crise Infinita.Uma nova Legião reapareceu em algumas histórias de outros herois da DC e em 2008 estrelou a série limitada "Final Crisis: Legion of 3 Worlds", onde a equipe pós-Crise Infinita se encontra com os times "reboot" e "threeboot".

Três Legiões Juntas!


Finalmente, uma nova série foi iniciada em 2010, agora sob o comando de Paul Levitz.


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