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O grande destaque visual das histórias do Tintim sempre foram os detalhes perfeccionistas dos desenhos (por exemplo, li uma vez que Herge mandou seus assistentes fotografarem a porta de um avião que aparecia parcialmente no fundo de um quadrinho do "Vôo 714 para Sydney", para garantir que estivesse correta).
O que eu não sabia é que os primeiros álbuns foram todos revisados e redesenhados. e somente aí ganharam as cores e detalhes que eu conheci. A exceção é - você já deve ter deduzido - justamente o "Tintim no País dos Sovietes". Originalmente publicado em 1929 e 1930 em um suplemente infantil de um jornal belga, foi publicado como álbum brevemente em 1930. Só voltou a ser republicado em 1973, na forma de facsimile.
É este facsimile que a Cia das Letras traduziu. O resultado é um álbum bem mais longo que os demais, com 137 páginas, porém com um traço mais grosseiro em preto-e-branco:
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O enredo também é um pouco diferente dos demais álbuns, com críticas muito diretas ao comunismo (a crítica social e política está presente na maioria dos álbuns de Tintim, exceto pelos produzidos durante a ocupação da Bélgica pelos nazistas, porém de uma forma mais refinada).
Apesar do número maior de páginas, fica uma impressão de repetição, com Tintim sendo capturado e fugindo inúmeras vezes.
A grande pergunta é: compensa comprar este álbum? Certamente não para quem ainda não conhece Tintim; neste caso é melhor algum dos outros como "A Ilha Negra" ou "O Cetro de Ottokar". Se você já conhece Tintim, mas ainda não leu todos os álbuns, sugiro completar primeiro o resto da coleção. Para aqueles que já leram todos os demais e anseiam por mais histórias, aí sim recomendo "Tintim no País dos Sovietes".
13/01/09: Revisado o texto.
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