No Wiki do "C/C++ Brasil" está em discussão o nome do grupo. Um ponto sempre lembrado é o desejo de manter o C no nome, e nesta hora me sinto meio culpado, já que às vezes sinto que sou o único do grupo que programa no dia a dia em C.
Isto não significa que eu não tenha estudado e continue estudando C++. Ainda outro dia eu tomei um susto ao abrir um livro de C++ (de 94) e descobrir que eu não só tinha lido como tinha feito correções nos exemplos. E afinal, eu passei no exame de Visual C++ da Microsoft.
Na verdade, comecei a ter algum interesse em C++ no final dos anos 80. Nesta época chegamos a comprar na Humana uma cópia de um dos primeiros compiladores C++ para o DOS, o Zortech (que alguns anos depois foi comprada pela Symantec). A Borland foi uma grande divulgadora do C++, com o Turbo C++ e o Borland C++; lembro de um vídeo da Borland chamado "The World of Objects" (ou algo parecido). Em 92 a Humana fez um primeiro projeto em C++, usando o Microsoft C/C++ 7.0 (o primeiro compilador C++ da Microsoft).
Na Seal, fizemos alguns projetos com o Visual C++ 2.0 para serem rodados no NT 3.1 (ambos novidade na época). Alguns dos meu programas usavam até a MFC (então na versão 3.0). A maioria dos desenvolvimentos na Seal era feito em Visual C++ 1.5, para coletores de dados com sistema DOS. Eventualmente alguem teve a idéia de fazer uma biblioteca de classes para facilitar o desenvolvimento para os coletores. Embora eu não estivesse na época trabalhando na área de software, alguem me passou a especificação para dar os meus palpites. A especificação começava com uma classe CString (como se o VC 1.5 já não tivesse duas classes de string) e terminava com uma classe CUtil cujos membros eram funções diversas (para deixar tudo orientado a objeto?). No final a classe CUtil foi abandonada, mas a CString ficou lá.
Foi lendo esta especificação e a coluna de dúvidas de C++ do Microsoft System Journal que eu concluí que conceitualmente o C++ é bem mais pesado que o C. Recentemente escrevi um artigo sobre construtores no Wiki, e foi um trabalho bastante árduo para descrever algo que é simplesmente básico (quem usa C++ no dia a dia tem que ter tudo isto e muito mais na ponta da lingua). Talvez por isso eu continue usando C mesmo quando o C++ é uma opção disponível. O fato de eu estar cercado de outros programadores C também contribui, principalmente porque eu sempre tenho a esperança de deixar a manutenção para eles.
3 comentários:
Ferramenta certa para o problema certo. Meu interesse pela parte low-level me leva a defender o C mesmo não usando-o no trabalho atualmente. Já fiz drivers para Windows e eles são feitos em C (eu colocava um pouco de C++ no meio, mas não é a regra). C ainda é a lingua franca de todos os processores e máquinas.
Bem, eu sou defensor do C++. Mesmo para Device Drivers é possível usar features do C++, tais como: templates. Obviamente que todo conhecedor de C++ tem noção do custo de vtables, etc... Hora, C++ é multiparadigma (e todas as construções usuais de C são válidas em C++), portanto só usaria C se: 1. A plataforma em questão não tiver um compilador C++(decente) 2. Se o otimizador do compilador for fraco. No caso de plataforma Windows (Pocket, Desk, Server) eu aposentei o C a muito tempo ;)
A propósito Daniel, excelente post!
Postar um comentário