domingo, junho 20, 2021

Crítica: O Legado de Jupiter (a finada série da Netflix)

 Esta crítica é meio tola, já que a série foi cancelada. Mas a primeira e única temporada continua disponível e alguém pode estar se perguntando se vale a pena ver (spoiler: não).


As séries serem foram importantes na TV e parecem ter se sofisticado ainda mais com a chamada "TV paga". O streaming as abraçou com força, recheando seus catálogos com séries antigas, fornecendo abrigo a séries canceladas e destacando as suas séries "originais". Da mesma forma, o cancelamento de séries (pelos mais diversos motivos) é tão antigo quanto elas próprias. O que surpreendeu neste caso foi o anúncio poucas semanas após a estreia, quando o barulho do lançamento ainda não tinha acabado de todo.

Como outras séries, "O Legado de Jupiter" adapta um história em quadrinhos do gênero fantasia (subgênero super heróis) não muito conhecida. A premissa é interessante e foi o que me levou a assistir (não conhecia os quadrinhos): um grupo de pessoas ganhou super poderes e criou a Liga, digo, a "União da Justiça" baseada no Código. Quase um século depois, estes primeiros super heróis estão velhos e uma nova geração questiona o Código. O Código começa com o tradional "não matarás", mas inclui também o importanto "não interferir na política, inspirar ao invés de mandar".

A rebeldia da nova geração começa na casa do líder dos super heróis (que adota o estranho nome de "Utopian"): seu filho ("Paragon") se sente incomodado com a pressão para ser o herdeiro do pai e a filha que abandona a família e se dedica a uma vida fútil regada por drogas. Logo no primeiro episódio Paragon mata um super vilão para salvar o pai. E surge o mistério do vilão continuar vivo na prisão...

Daí para frente a história avança em duas linhas. Uma no passado, contando como eles ganharam os poderes e outra no presente mostrando os dilemas morais frente a bandidos cada vez mais poderosos e audaciosos e a investigação do mistério do vilão morto que continua vivo.

Existem alguns momentos de boa atuação e outros não tantos. Aos personagens principais se juntam vários personagens secundários, a maioria dos quais a gente esquece e não faz falta. Tem uma pitada de "Game of Thrones": um pouco de sexo (mas praticamente sem nudez) e personagens secundários morrendo inesperadamente.

O problema principal é o ritmo e a resolução das tramas. A história da origem dos poderes se arrasta por quase todos os episódios da temporada e não tem nada de muito especial (a origem de Shazam no filme da DC é tão boa quanto e é contada em uma fração do tempo). As discussões morais não vão muito a fundo. E o mistério é esclarecido no último episódio, revelando um vilão e uma nova trama... que não terão futuro pois a série foi cancelada. Fica aquele gostinho de que perdeu-se 8 horas da vida assistindo a série.

Veredito: Fuja.

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