domingo, dezembro 06, 2020

Resenha: Daredevil (Série da Netflix)

Dardevil (ou Demolidor) foi, por um certo tempo, o meu super-herói preferido. É curioso que só agora em 2020 eu tenha assistido a esta série da Netflix, apesar de ouvir bons comentários desde o seu lançamento em 2015.


Eu acompanhei as histórias em quadrinhos do Demolidor em duas ocasiões. A primeira foi nos anos 70, quando a Ebal lançou a revista. Apesar do protagonista ser cego, o clima das histórias era bastante leve. Eu venho recordando esta fase lendo os volumes da Marvel Masterworks. A segunda época foi no final dos anos 80, quando adquiria as revistas americanas na Devir. Por coincidência, foi quando Frank Miller reimaginou o personagem, tornando as histórias mais intensas e violentas. A série da Netflix definitivamente segue esta segunda fase.

Uma das formas em que a violência é expressada é no formato das lutas. Uma coisa que sempre me irritou na TV e séries é aquela coisa da pessoa ficar desacordada ao levar um único tapa. Em Daredevil ninguém cai facilmente, as lutas parecem se estender infinitamente. Matt Murdock está sempre machucado e apelando para o "tropeçou por não conseguir enxergar".

A série acerta em muitas coisas na primeira temporada: atores, personagens e história. O vilão na primeira temporada é Kingpin, numa atuação magistral de Vincent D'Onofrio. Charlie Cox está bem no papel título. Deborah Ann Woll faz um Karen Page bem mais complexa que a bela e tonta secretária das primeiras histórias do Demolidor. Elden Henson está ótimo como um Franklin "Foggy" Nelson que não é apenas um alívio cômico e que honra o diploma de advogado. Outro destaque é Vondie Curtis-Hall como o jornalista Ben Urich. A única coisa que senti falta neste primeira temporada foi o traje tradicional, que só aparece no final.

Na segunda temporada parece que tentaram compensar a ausência de D'Onofrio com uma quantidade absurda de tramas: Punisher, Elektra, Stick, The Hand... O resultado é bom mas fica abaixo da primeira temporada.

Um problema que tive ao ver a terceira temporada é que entre ela e a anterior ocorre a minisérie Defenders, que eu só fui ver depois. Não fez muita falta não ter visto, mas perturba as pessoas ficarem falando em eventos que você não viu. Mas esta temporada tem a volta em grande estilo do Kingpin de D'Onofrio e uma visão melhor do passado de Karen e Foggy.

A terceira temporada termina em alto nível... e a série é cancelada. Embora não tenha sido dito oficialmente, todos acreditam que o cancelamento foi causado pelo anúncio do Disney+, com a expectativa das séries Marvel virem a ser exclusividade do novo canal. A esperança dos fãs abandonados (minha inclusive) é que após 2 anos do cancelamento os personagens podem ser usados pela Marvel.

Veredito: Imperdível para os fãs de super-herois.

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