Apesar de não ter me entusiasmado com os álbuns anteriores, acabei não resistindo a mais uma promoção e acabei comprando e lendo os volumes 3 e 4 da série francesa Valerian (em formato digital).
The Land Without Stars
A primeira meia dúzia de páginas não anima muito. Valerian e Laureline se despedem de colonos ao final de uma missão. A aventura começa mesmo quando um estranho planeta é detectado em curso de colisão e eles partem para explorá-lo. Vamos combinar uma coisa, a série é ficção científica com pelo menos 95% de ficção. Não vou entrar em detalhes, mas me lembrei de uma certa obra de Jules Verne e de um dos livros mais excêntricos de Tarzan, devidamente turbinado. E certamente não está no nível do clássico Nightfall de Asimov (que envolve um planeta sem estrelas).
Spoler alert: Daqui para frente não tem jeito, vou ter que revelar alguns pontos da trama.
Nossos heróis descobrem que o planeta é habitado. Inicialmente fazem contato com um grupo que se diz neutro e inocente, mas vende minerais explosivos para as duas grandes nações do planeta. Uma nação é comandado por mulheres e a outro por homens...
É difícil avaliar a caracterização dada aos líderes dos dois planetas e suas sociedades, principalmente à luz das polarizações atuais. Tanto pode-se dizer que são espetacularmente irônicas como fortemente agressivas. Eu achei um pouco tosca, a ponto de ser engraçada.
O que certamente deixou a desejar foi a resolução. Forçada, corrida e totalmente ingênua.
Veredito: Dá para ler, mas o roteiro é fraco. A arte é muito boa (a propósito é aqui que Laureline usa um biquine metálico que alguns acham ter inspirado o usado pela princesa Leia) .
Welcome to Alfolol
Quando Valerian e Laureline estão saindo de Technorog, um planeta industrial crítico para a economia do império terrestre, encontram os habitantes originais, que tinham ido dar um passeio de alguns milhares de anos. A lei do império terrestre é clara: deve ser permitido o seu retorno às suas terras ancestrais. Mas é claro que a convivência não será simples.
Está armado o terreno para comentários sociais. Como no volume anterior, me pareceram um pouco toscos (mas menos). A resolução é um pouco melhor.
Um ponto a ser destacado é a interação entre Valerian e Laureline. Enquanto ela se integra totalmente com os "nativos" e os defende, ele segue (a contra gosto) as ordens dos colonizadores com as quais cada vez menos concorda. Aliás, um ponto frequente nas críticas aos álbuns é a questão de Laureline, retratada como inteligente e "empoderada" mas sujeita a todos os tipos de estereotipo das aventuras. O ponto alto é quando ela reclama para Valerian após ser salva do ataque de uma fera: "De alguma forma, fui eu que me ferrei de novo! Porque não você? Até as criaturas espaciais são misógenas...".
Veredito: Recomendado. Longe de ser perfeito, mas é divertido e a arte é muito boa.
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