domingo, abril 15, 2018

Crítica: Supergirl - The Silver Age Vol 1

Supergirl "nasceu" poucos meses depois de mim. Mas eu fui ler suas aventuras uns dez anos depois, nas revistas da Ebal. Esta coletânea me pareceu uma oportunidade de recordar minha infância.


A ideia de um supermoça já tinha sido testada algumas vezes, mas foi na Action Comics 252 que a personagem entrou para valer na "família SuperHomem".  Ela não se encaixou muito bem e a qualidade das suas aventuras oscilou bastante. Foi morta quando se tentou retomar a ideia de que Superman era o último filho de Krypton, mas ressuscitou de diversas formas.

Aqui temos a versão original: um pedaço de Krypton se mantém no espaço após a destruição e, anos depois, nele nasce Kara, uma prima de Superman. Quando os habitantes estão morrendo por envenenamento por kriptonita, Kara (já adolescente) é enviada para a Terra. É neste ponto que entra um "plot twist": Superman decide manter segredo da existência da Supergirl, para que seja sua arma secreta até que tenha pelo domínio dos poderes.

Provavelmente um dos objetivos da criação de Supergirl tenha sido atrair leitoras. Alguns roteiros parecem voltados para o público feminino, pelo menos do ponto de vista masculino dos autores. Fico imaginando o que as moças da época achavam. Nos dias de hoje, a simples premissa de que Superman é quem decide quando ela poderá se revelar já deve ofender muita gente.

Mas esta é uma época de excessos nos roteiros, que acabaria com toda a esperança de uma continuidade sem contradições. Milhares de sobrevivente de Krypton, poderes quase ilimitados (exceto quando é um roteiro requer uma limitação arbitrária), livre transito por todo o universo, inclusive pelo passado e futuro, ciência que ultrapassa a mágica, super animais para todo lado, etc. Nada parece ser ridículo demais.

As histórias, portanto, deixam bastante a desejar. A parte final deste volume é um arco que se estendeu por vários exemplares, começando com Supergirl perdendo os poderes quando Superman finalmente decide revelá-la ao mundo. As histórias deste arco são meio desconexas e duras de digerir. A resolução é decepcionante, no pior estilo "deus ex machina".

Mas, apesar de tudo isto, estas primeiras histórias da Supergirl tem um certo charme nostálgico. Reconheço que li avidamente o arco final, à espera da resolução que foge a cada capítulo.

A arte é boa, mas não espetacular.

Veredito

Só para nostálgicos.

Nenhum comentário: