É preciso um certo cuidado, pois RFID é uma tecnologia que padece da praga que mais destroi novas tecnologias: o exagero (ou hype). Outro ponto importante é que é uma tecnologia relativamente nova, na qual aperfeiçoamentos podem surgir rapidamente.
De uma forma simplificada RFID é uma tecnologia de AutoID na qual o leitor se comunica via rádio com um tag para obter a sua identificação. Existem dois tipos básicos de tags: os ativos e os passivos. Os ativos possuem uma bateria para acionar o rádio, os tags passivos utilizam a energia do sinal recebido do leitor para enviar a sua identificação. Os tags possuem uma indicação gravada na fábrica e inalterável, esta identificação é numero de cerca de uma centena de bits. Além desta identificação fixa alguns modelos possuem uma memória que pode ser alterada pelo leitor (que neste caso é mais propriamente um leitor/gravador).
A vantagem óbvia do RFID é não necessitar de visada direta. Por outro lado, é preciso uma ou mais antenas e o alcance é limitado (principalmente para os tags passivos). A leitura de vários tags que estejam simultaneamente na área de cobertura do leitor é um recurso relativamente novo e ainda limitado tanto na quantidade de tags suportados como no tempo necessário para a leitura e na taxa de leituras não realizadas com sucesso.
Embora a possibilidade de escrita no tag seja muito interessante, atualmente a quantidade de memória é baixa para os tags passivos (da ordem de uma centena de bits) e o processo de escrita é lento.
A padronização dos tags é também recente e ainda está driblando a questão de patentes (cabe lembrar que também nos leitores a laser de código de barras existem patentes envolvidas).
Periodicamente se fala na 'morte' do código de barras no varejo, com sistemas onde o cliente passaria com o carrinho de supermercado pelo caixa e os códigos dos produtos seriam auto-magicamente lidos. Exitem atualmente vários impecilhos para isto:
- os tags de RFID são elementos que tem que ser afixados às embalagens. Mesmo que o preço dos tags caiam uma ordem de grandeza nos próximos anos eles continuariam sendo um custo adicional significativo para itens de menor valor.
- as tecnologias atuais não permitem a leitura 'simultânea' de uma grande quantidade de tags em tempo curto e com taxa de perda próxima de zero
- é relativamente simples bloquear o sinal RF em torno de um tag, impedindo a sua leitura.
Resumindo, RFID é uma tecnologia cujas aplicações possuem uma certa intersecção com as do código de barras porém não é apropriada para substituí-lo em todas as situações (da mesma forma como o RFID permite aplicações que não são viáveis com o código de barras).
Encerrada esta pequena digressão, no próximo post vamos falar na leitura de código de barras.
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