terça-feira, julho 17, 2007

Divagações sobre Efetividade, Eficiência e Eficácia

Este texto surgiu da promoção do blog Efetividade.net, que está premiando artigos para comemorar o seu primeiro ano de vida. Ao contrário de outros textos que estão participando, este meu artigo não traz dicas ou soluções, apenas muito questionamento.

O que é Efetividade?

Há muito tempo atrás, se ouvia que eficiência era fazer bem alguma coisa e eficácia era fazer bem a coisa certa. E a onde entra a efetividade? Uma rápida consulta à wikipedia me faz crer que a efetividade é atualmente usada como equivalente ao que eu conhecia como eficácia. A eficácia foi rebaixada a fazer a coisa certa enquanto que a eficiência continua relacionada a fazer bem (com bom aproveitamento dos recursos).

Por trás de toda estas palavras e definições está uma grande questão: determinar o que é A Coisa Certa. A necessidade destas múltiplas palavras se deve principalmente a termos situações frequentes em que alguém (ou algo) fez tudo certo (por uma definição) e o resultado foi errado. Ou vice-versa (compare a seleção brasileira na copa de 82 com o time do Dunga na Copa América).

Métricas é uma Solução?

Métricas são sempre apresentadas como uma solução, muitas vezes até como algo essencial. Embora eu acredite na necessidade e na utilidade de métricas, cada vez questiono mais a crença da métrica como solução.

Estou lendo (bem devegar, há muito tempo) um livro chamado "Measuring and Managing Performance in Organizations", de Robert D. Austin (indicação do Joel On Software). Resumindo a teoria apresentada, usamos métricas para incentivar pessoas a fazerem A Coisa Certa. Entretanto, as pessoas vão procurar otimizar as métricas (até o ponto em que isto não compense frente aos incentivos) e acabar por se distanciar dA Coisa Certa (o que o autor chama de Dysfunction). Se você remunera o vendedor pelo volume do faturamento, ele concede descontos demais; se você o remunera por margem, ele atende mal clientes importantes por outros motivos (volume, boa referência para o mercado, etc); se você cria a "formula perfeita", provavelmente ela é tão complicada que o vendedor não vai se dar ao trabalho de entender e vai fazer o que quiser enquanto estiver obtendo uma remuneração satisfatória.

O Curto, o Médio e o Longo Prazo

No início do curso de Engenharia, um professor disse que a essência da Engenharia era achar o compromisso correto. Isto vale para a maioria das coisas. É frequente termos que optar entre uma solução rápida e barata que resolve o problema agora, mas vai trazer problemas mais para frente, e uma solução mais complexa e cara que achamos que vai ser mais tranquila no futuro. Qual destas soluções é mais efetiva?

Uma situação do meu dia a dia é quando me pego fazendo algo repetitivo. Será que é melhor fazer um programa (ou script) para automatizar isto? Em alguns casos continuo até hoje fazendo coisas manualmente. Em outros eu investi algum tempo e fiz uma solução automática que me traz um sorriso nos lábios toda vez que uso. Porém existem casos em que perdi muito tempo fazendo um destes programas auxiliares que está encostado sem uso em algum canto do meu HD.

As Interrupções

É inegável que o meu rendimento (e a qualidade do trabalho) aumenta quando me concentro em uma única coisa. Por outro lado, isto aumenta o tempo de resposta para as outras, o que irrita quem está esperando por elas. Aliás, o simples fato de achar que os outros vão ficar irritados acaba me irritando.

O mundo atual quer o instantâneo. Você pede para a pessoa enviar solicitações por e-mail e a pessoa liga dali a 5 minutos para perguntar se você recebeu o e-mail. Se você não atende o telefone, ligam no celular ou ligam para quem está no lado. No final, será que ser interrompido constantemente é mais efetivo que tentar bloquear o mundo por algumas horas?

Um dos artigos interessantes concorrendo na promoção do Efetividade.net é o Frango Tosco. Um ponto que me preocupou: a preparação demora cerca de 75 minutos, dividida em 6 passos sinalizados pelo apito do microondas. Para mim isto não funcionaria, estas seis interrupções me deixariam louco (sem contar que eu provavelmente ia xeretar entre elas, só para me certificar que está tudo correto).

Concluindo

Como avisei no início, este artigo não traz soluções. Não tenho a resposta para as perguntas que fiz e nunca estou plenamente satisfeito com as opções que fiz. A única coisa positiva que posso dizer é que me sinto mais satisfeito questionando as opções do que seguindo cegamente uma lista de regras.

2 comentários:

Anônimo disse...

Quanta boçalidade e verborragia junta.

Anônimo disse...

Bah, mas nem te presta a escrever uma coisa dessas... A típica: "a coisa"...
E ainda acha que está abafando...