domingo, julho 08, 2018

Crítica: WIlliam Monk Mysteries - The Face of a Stranger / A Dangerous Mourning / Defend and Betray

Tendo praticamente esgotado os livros de Nero Wolf, estou procurando uma nova série de mistérios policiais. Esta série tem avaliações boas; procurando economizar um pouco comprei o eBook com os três primeiros livros.



William Monk, criação de Anne Perry, é um detetive inglês na "era vitoriana" (o primeiro livro se passa em 1856).

Em "The Face of a Stranger", Monk precisa resolver a morte de um veterano de guerra, irmão de um Lord. Porém ele acaba de se recuperar fisicamente de um acidente no qual perdeu toda a memória. É isto que me fascinou neste livro, a auto-investigação de quem ele é. Desde o começo ele não gosta muito do que descobre ser: um policial extremamente competente, mas ríspido com as pessoas. Isto faz com os colegas o olhem com receio e, algum casos, ódio (particularmente o sue chefe, que torce por um fracasso de Monk). Durante as investigações, Monk encontra uma moça que lhe traz emoções que ele não consegue entender e a irmã dela, Hester. Hester é uma mulher que não se encaixa bem na sociedade vitoriana: enfermeira na Guerra da Crimeia, é uma pessoa independente e com ideias próprias que, contrariando os costumes, não guarda para si mesma.

O próprio Monk é o narrador no início deste primeiro livro. Num certo ponto, entretanto, a narrativa passa para Hester, o que nos possibilita ver o encontro entre os dois por ambas as perspectivas. O mistério é até interessante, mas a sua solução nem tanto. Me enervou um pouco Monk demorar para perceber quem é um dos suspeitos.

"A Dangerous Mourning" começa com o julgamento do culpado do livro anterior e a introdução de mais um personagem principal: o advogado Oliver Rathbone. O crime desta vez é o assassinato da filha de um aristocrata na casa da família, aparentemente vítima de um assalto. Entretanto, rapidamente se descobre que ninguém entrou ou saiu da casa e, portanto, o assassino é um criado ou alguém da família. O grande contexto deste livro é esta divisão entre os aristocratas e os criados e as complicadas dinâmicas da sociedade vitoriana. Para auxiliar as investigações, Hester se "infiltra" como enfermeira da mãe da vítima. A solução e o motivo me surpreenderam, quem descobre as pistas cruciais é Hester, não Monk.

"Defend and Betray" foi o livro que gostei menos dos três. Neste caso o assassino confessa logo no início, tudo gira em torno do motivo. A atuação de Monk é bem modesta neste livro; a maior parte da sua pequena participação é na investigação do seu próprio passado. Mais uma vez Hester é quem soluciona o caso e a parte final do livro é o julgamento, onde brilha Rathbone.

Veredito

Mediano. As história prendem a atenção e o retrato da sociedade vitoriana é interessante, mas a parte de investigação deixa muito a desejar. Apesar das inúmeras referências à competência de Monk, em nenhum momento ela se manifesta.

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