domingo, maio 21, 2017

Resenha: How Apollo Flew to the Moon

"How Apollo Flew to the Moon" de W. David Woods tem um objetivo interessante: descrever o voo das missões Apollo que foram até a Lua, do lançamento até o pouso no oceano.



Após uma breve introdução e um resumo da história das missões, o livro descreve em cada capítulo uma etapa do voo. São apresentadas descrições técnicas e relatos de situações de algumas missões específicas.

Um ponto que logo fica claro é a complexidade da ida e volta à Lua. É uma quantidade imensa de detalhes, onde mesmo os menores podem colocar em risco a vida dos tripulantes. E não custa lembrar que a promessa de Kennedy foi "... levar um homem à Lua e trazê-lo de volta em segurança".

É nisto que brilha o planejamento da NASA. Inúmeras possibilidades de falha foram previstas e, quando possível, contingências foram criadas. As principais técnicas necessárias foram mapeadas e cada missão, desde o começo do programa Gemini, validava as soluções. Intensas sessões de simulação foram criadas para treinar tanto os astronautas como a equipe do centro de controle.

Mesmo assim tivemos vários imprevistos. Acho que todo mundo já ouviu falar da Apollo 13, graças ao filme. Entretanto, as outras missões também enfrentaram problemas que, embora menores, colocaram os astronautas em risco. Algumas coisas parecem bobas, como a questão do sono durante os três dias de viagem da Terra à Lua. A ideia inicial era os astronautas se revesarem, porém na Apollo 8 (a primeira missão a ir até a Lua) se descobriu que era muito difícil um astronauta dormir na apertada cabine enquanto os outros dois se movimentavam e trabalhavam. A situação de falta de sono se tornou tão grave que, após perceber uma série de pequenos erros por falta de atenção, o comandante da missão, Frank Borman, decidiu abortar uma série de observações a serem feitas na orbita lunar e ordenar que todos dormissem antes da crítica manobra de saída da órbita lunar para o retorno à Terra.

Aliás, erros humanos aconteceram várias vezes, com impactos diversos. Um exemplo crítico foi no último vôo de um módulo de comando Apollo (na missão Apollo-Soyuz) onde os astronautas esqueceram de ativar o sistema de pouso no momento correto. Ao perceberem o erro, fizeram o acionamento manual porém (em novo erro) esquecerem de desligar os foguetes de ajuste da trajetória, que acionaram em resposta ao solavanco. Como neste ponto já estava permitida a entrada de ar externo na cabine, acabou entrando fumaça tóxica e um dos astronautas chegou a ficar inconsciente.

Em outros casos foram as condições desconhecidas que trouxeram surpresas desagradáveis. Como quando uma ferramenta ficou coberta de poeira lunar: como limpá-la?

Apesar do tamanho restrito, o livro aborda uma grande quantidade de detalhes e inclui vários diagramas e fotos.

Veredito

Imperdível para quem quer saber mais sobre o programa Apollo.

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